quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

“Quem não tem dinheiro, conta história”

Sabe aqueles dias em que você tem a sensação de dia bom? Quando mesmo o que não estava programado dá certo? O dia que acabou pouquinho atrás foi assim. E o que teve de mais especial foi justamente o imprevisto.

Passei parte da manhã futucando umas coisas na internet quando um amigo que não via há mais de dois anos me chamou num desses bate papos instantâneos. . André ou Migo Dé, é dessas pessoas que você quer sempre ao lado. Pra cuidar de você, pra tocar violão, pra ouvir, pra fazer rir, pra simplesmente conversar. É pau pra toda obra. Ah, claro, pra ficar na fila – pós carnaval – do banco até você chegar. Foi assim que começou nosso encontro hoje. Se ofereceu, e eu, lógico, aceitei.

Fomos até a rodoviária, precisava resolver umas coisas por lá também. , fiel escudeiro... Machuquei o pé com o tênis apertado, adivinha quem foi até a farmácia? Horas a fio pra tentar colocar o papo em dia. É o tipo de parceria que te faz ganhar o dia, faz sentir bem.

Depois do lanche, fomos dar uma olhada em possíveis novidades ou promoções nas lojas do shopping. Só mesmo pra me fazer rodar o Iguatemi àquela hora. Um giro na seção de DVDs e encontrei o filme nacional que mais gosto na vida: Pequeno Dicionário Amoroso. Tudo é bom na trama. A trilha sonora, os atores, a concepção da história, as paisagens formam um casamento perfeito. Comecei a contar o filme e no meu entusiasmo nem percebi que havia caído no truque mais velho do mundo: ele queria me dar um presente e eu “disse” o que queria.

No meio do papo elogiava os textos do blog admirado com a facilidade com que pareço escrever os posts. Expliquei a ele que apenas conto histórias e elas têm começo, meio e fim. Concordamos que quem não tem dinheiro, conta histórias. E minhas histórias são feitas de encontros como esse, recheados de cuidados, mimos, sabores e cores que transformam acontecimentos cotidianos em momentos especiais.

, obrigada pelo dia! Apesar da fila do banco e do filme, ainda me deve as canções no violão...

Conselhos para ouvidos seletos

Um dia pra pensar é bom ouvir Mutantes, Novos Baianos, Legião Urbana, Gil e Lenine;
Um dia pra refletir é bom ouvir os pássaros, o vai e vem das ondas, o silêncio;
Um dia pra se apaixonar é bom ouvir Gonzaguinha, Cartola, Vinícius, Jobim, Rosa Passos, Norah Jones.


Para celebrar ouça Ed Motta, Zélia Duncan, Paula Lima, Nina Simone, Jussara Silveira, Melodia, Simoninha, Martinália, Gerônimo.

Mas, se a melancolia ronda, evite Maysa, Dalva, Altemar.

Para se informar ouça rádio.

Para ser útil e sábio apenas ouça!

Eu vou estar

Eu não vou pro inferno
Eu não iria tão longe por você
Mas vai ser impossível não lembrar
Vou estar em tudo em que você vê
Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar


Eu não vou pro céu também
Eu não sou tão bom assim
E mesmo quando encontrar alguém
Você ainda vai ver, a mim
Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar


Em baixo da cama
Nos carros passando
No verde da grama
Na chuva chegando
eu vou voltar
Nos seus livros, nos seus discos
Vou entrar na sua roupa
E onde você menos esperar
Eu vou estar


Capital Inicial

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Saúde

Me cansei de lero-lero
Dá licença mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar opiniões

De como ter um mundo melhor
Mas ninguém sai de cima
Nesse chove-não-molha
Eu sei que agora
Eu vou é cuidar mais de mim!

Como vai, tudo bem
Apesar, contudo, todavia, mas, porém
As águas vão rolar
Não vou chorar
Se por acaso morrer do coração

É sinal que amei demais
Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz!

Rita Lee / Roberto de Carvalho

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Felicidade é uma questão de opção?!

Passo os dias em casa de uma amiga. Com quase oitenta anos, sem filhos, viúva, passa os dias pintando em companhia de um cachorro e duas gatas. Entendo que não posso substituir sua família, mas me preocupo com ela, seu bem estar.

Essa aparente solidão é estranha para mim. Sempre tive uma família numerosa e presente e a verdade é que a simples idéia de não ter pessoas andando pela casa, visitando ou mesmo telefonando dá medo.

Sigo seus passos no que se refere a fazer opções e concessões. Decidi brigar por minha carreira acadêmica, minha profissionalização. Mas estar aqui esses dias também me obrigou e rever prioridades. Não que vá engravidar amanhã, por exemplo, mas talvez não deixar lá pra os quarenta seja um bom começo. Afinal dez anos passam tão rápido e não admito não ser capaz de me sustentar e a uma criança nesse período!

Mas, dramalhões à parte, tenho olhado mais para os lados e me incomoda o que vejo: muito bons amigos, inteligentes, bom papo, “letrados”, “financeiramente ajeitados” e sozinhos. E, ainda, o que é pior: temerosos, receosos em darem a si próprios a oportunidade de serem felizes. E o que pode ser mais triste para um ser humano, essencialmente social?!

Definitivamente não é o que quero para mim!

Fui criada com almoços na casa da vovó aos domingos – religiosamente – fizesse chuva ou sol. Fui criada com uma penca de primos, todos com idades próximas, correndo pela casa de Tia Nide nas esperadas férias de junho. Criada tomando banho de mangueira com esses mesmos primos, no recesso de dezembro, na casa da ilha, depois de um dia inteiro de traquinagem. Como desfazer, em meu imaginário, essas lembranças me fechando às experiências?!

Vivemos um tempo onde a insegurança parece uma constante admito, mas tem sempre o amigo de um amigo pra conhecer, se apaixonar e criar uma nova história. Viver, vivendo!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Prefiro ser a Chiquita Bacana

Muita música alta, muita gente, o calor humano do empurra-empurra, turistada desavisada, ônibus e pontos de táxi apinhados e quando cai a chuva então? Eu adoro o carnaval. Ainda mais quando estou longe de tudo isso, abrigada na tranqüilidade do lar. Meu ou de outra pessoa, na praia, por exemplo. Vez em quando dou uma espiadinha pela TV pra ver o que estou perdendo, mas em todos esses anos, sabe que ainda não consegui encontrar?!

Não é que nunca tenha saído. É justamente por causa disso. Já fui. Em bloco e de pipoca. No mesmo ano, só pra ter certeza que podia estar fazendo coisas mais produtivas nesse período. E realmente faço. Ainda que use minha semana de ócio de maneira pouco criativa: fazendo absolutamente nada e com as pernas para cima.

Mas é sério. Adoro o carnaval! Que outro período do ano é tão tranqüilo, revitalizador e, sobretudo, prolongado pra curtir pilhas de livros e revistas, DVDs, cds? E eu que botei minhas mãos na cabeça quando sai do jornal pensando no que ia fazer. Imagina que tortura se eu tivesse cobrindo esses dias? Aliás, taí uma coisa que ninguém pensa: o quanto esse período pode ser torturante para alguns simples mortais. Que nem são tão poucos assim.

Na quinta-feira sai pra resolver alguma coisa no centro da cidade. Levei quase 3 horas pra fazer um percurso que normalmente é feito em 1 e meia. Já pensou o que é isso? O desgaste, o nervoso? Bate tapume daqui, descarrega cerveja pra lá, monta arquibancada acolá. E as pessoas que tiveram a (in)feliz idéia de morar no centro da cidade ou na orla – na altura da Barra e Ondina –, na tentativa de otimizar o tempo ou buscando qualidade de vida e não curtem a festa? Gente como minha tia que mora há mais de vinte anos num prédio próximo ao circuito da praia e se vê praticamente sitiada ano após ano.

A cada carnaval a festa vai perdendo seu caráter popular e virando produto turístico vendido da pior e mais baixa maneira possível. Não é a festa ou a tradição da folia que se vende e sim a “acabação”, o oba oba generalizado, o ninguém é de ninguém. A cada ano se exibe uma moeda de acabação diferente: seja uma música, uma roupa, um personagem. Se elege a nova revelação que, normalmente, não dura até o próximo ano. Para 2009 a senha da acabação parece ser o “beijo na boca”. Os “meus colegas” gostam, se divertem. Daqui uns meses ou mesmo nas próximas horas tudo isso vira base para matérias sobre aumento de doenças, gravidez indesejadas, essas coisas que alimentam o jornalismo diário e conservam seus postos de trabalho.

Algumas emissoras, num trabalho de resgate, tentam mostrar as antigas marchinhas, as canções compostas ou interpretadas por Dodô, Osmar, Novos Baianos, Caetano, Gil. O encanto dos blocos de samba ou música afro, de raiz. A tentativa é válida, mas o despreparo dos entrevistados – e algumas vezes dos entrevistadores – acaba concretizando o famoso “tiro no pé”.

O certo é que já estou com saudades. Resta agora esperar pela páscoa enquanto a cidade volta, a passos bem largos, a retomar a rotina. Alias, é só agora, depois de carnaval, que as coisas começam acontecer aqui na cidade da Bahia.

Profissão esperança

Desisti de ver jornais esses dias. Num noticiário de meia hora, temos dez minutos de matérias e todo o resto dedicado ao carnaval. Umas poucas coisas do pacote dos dez minutos, entretanto, me chamaram atenção. Entre elas a garota paranaense que sobreviveu a uma tentativa de estupro, um tiro, e viu o namorado ser morto em sua defesa. Ela está paraplégica, mas confiante em retomar os movimentos. É difícil, mas não impossível.

Pensei em quantas pessoas desistem antes mesmo de começar a briga. Daquelas que simplesmente se acomodam e deixam a vida seguir seu fluxo passivamente ou pior: deixam outras pessoas decidirem o que é bom ou não. Essa falta de movimento sempre me incomodou. O normal para mim é ir atrás do que se quer. Se não dá pra ser agora, será mais tarde.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Reféns da impunidade – nossas e dos outros

“Passei agora pela Barra e tudo tão iluminado que parece até dia”. Com essa frase mãe entrou em casa, pouco mais das vinte e uma. E disse mais: “quero só ver pra quem vai sobrar essa conta..!”. Eu também. E não venham me dizer que é tudo bancado por patrocínio!

Faltando poucos dias para o carnaval, a cidade tá pipocando de turistas. Todos encantados! Luiz, um amigo de Brasília, já tinha me advertido sobre como se vende Salvador, a Bahia afinal, em outros estados e outros países. Como não vir? Irresistível passar uns dias onde tudo é permitido: um programinha com menores – sem ser incomodado por autoridades - ; jogar lixo no chão, fazer xixi na rua é tão comum! Por que uns turistas alemães não ficariam pelados no aeroporto ou outros no meio da rua em Porto Seguro? A gente nem nota de tão entranhado em nosso cotidiano. Mas vai fazer isso pras bandas de lá...

Outro dia ouvia uma emissora de rádio paulistana que sorteava uns abadás e convites para camarote. A garota “vendia” a facilidade de arrumar mulher dentro do bloco: “elas vêm mesmo cara, não acredita, é muita mulher, dá pra passar as noites beijando, tomando roska”, ela explicava, entusiasmada, ao vencedor.

Tem mais: com tantos ataques a turistas nos últimos três meses, o governo estadual resolveu escoltar os visitantes desde o desembarque, saindo de seus luxuosos navios. Se eu, ao sair do trabalho agora à noite, resolver esticar preciso ter mais cuidado. Os policiais foram orientados a respeito dessa escolha.

E eu nem passei pra esfera federal! Por que é que ninguém faz isso nos Estados Unidos? Na Espanha? Essa nossa passividade já é (re)conhecida por outros tantos países e é o que permite essa sensação. Aqui a gente tolera tudo, sem exigência alguma. Qualquer desculpa, só não podem deixar de vir. Deitado eternamente! Em que pé está a investigação sobre a morte de Jean Charles? E por que? E os deportados da Espanha? Os pilotos do Legacy? E essa suposta inversão dos fatos com a advogada na Suíça?

Nada contra querer melhorar o padrão de vida, ajudar a família, viajar e morar em outro país trabalhando para “ganhar” em moeda estrangeira, mas quando esses fatos ocorrem só me vem a cabeça um boicote! Não ir a lugar algum mesmo. Me chamem ufanista se quiserem, mas desconsiderando a crise, duvido que a economia desses países avançasse não fossemos nós (também), nossas expectativas e esperanças em dias melhores!

Passa do tempo de nós brasileiros aprendermos a cumprir e fazer valer regras e leis. No dia em que internalizarmos procedimentos simples de conduta, saberemos dizer e mostrar aos de fora que aqui, além das mulatas de quadris avantajados, dos homens viris, das festas, do carnaval e do futebol, também existem leis a serem entendidas e cumpridas.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Em tempos de crise, lembre de sempre “regar” seu networking

Dizia Gonzaguinha em uma de suas poesias musicadas que “sem o seu trabalho o homem não tem honra”. E assino embaixo. Sobretudo quando se está acostumado a suar a camisa desde a adolescência, é estranho muito tempo ocioso e pior: voltar a depender de pai e mãe ou marido. Nossa, nem imagino!

Já tinha resolvido não me esquentar dessa vez, afinal, todo início e final de ano é a mesma coisa: o tempo não passa, as pessoas não encomendam serviço. Dezembro porque estão mais preocupadas com as festas e, a partir de janeiro porque tudo só funciona após carnaval, lógico! Se por um lado não tinha dinheiro sobrando folgado, também não havia dívidas. Relaxei e, pela primeira vez, me animei para estudar para concurso. Até programei minha folia momesca debruçada sobre livros.

Mas, como minha networking funciona o dia todo, todos os dias, mal consegui identificar que direção queria seguir e o telefone tocou. Em menos de três dias tinha duas propostas de trabalho. Gente, podia escolher pra onde queria ir, que beleza! Vida longa aos QIs (para os não entendidos Quem Indica é a senha de toda pessoa que não tem emprego, mas tenha ótimas relações)... Mas atenção, entrar é uma coisa, manter é outra, bom que se esclareça! Questão de competência, amigo!

Das poucas coisas que meus pais pensam em comum uma sempre nos foi ensinada: chegando aos lugares, saiba entrar, mas, e principalmente, saiba sair. Talvez esse seja o segredo de ainda manter relações, contatos com gente do tempo de escola, professores, colegas. Nos lugares onde trabalhei, onde estudei, sempre tem alguém pra gritar por socorro e avisar que estou no período do ócio criativo por mais tempo que desejava.
E eis que cá estou ansiosa para (re)começar, voltar ao ambiente de trabalho, fazendo o que gosto: me comunicando. O melhor disso é que é um trabalho que sempre namorei fazer e, de repente, estou dentro. Saudades do batente!

Foca, sorte e um sapo do tamanho da nossa sede...
Celo, mais uma vez não sei dizer o que é você em minha vida!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Prima pobre, primo rico II: a insanidade das farras

E é batata! É só o que rola na pauta dos noticiários: Estamos próximo ao “maior carnaval de rua do planeta”. É isso e matérias correlatas. Não aguento. É um castigo ver TV esses dias. E só vai piorar, tenho consciência disso. Talvez nem seja a festa em si que me incomode. As pessoas se apertam, se endividam, se acabam o ano todo em troca de seis dias de fantasia! Viva a quem tem dinheiro, podem pensar alguns. Acompanhando uma das trocentas matérias veiculadas semana passada, a repórter dava os números: para sair em um dos blocos do Chiclete com Banana, um dos mais procurados em Salvador, o folião insano desembolsa mais de R$ 900,00. Pensa que é pra todos os dias? São 3 dias somente... E, pra eu ficar ainda mais indignada, no dia da reportagem já haviam vendido mais de 95% dos abadás. Se considerar que a banda tem uns três blocos, então...

E pra não sair da animação das festas, acompanhando lance a lance a movimentação para a Copa de 2014... As vagas de trabalho justificam mesmo essa correria? Acho que é energia e dinheiro público gastos com supérfluos. O que não falta é escola, postos de saúde, delegacias pra investir seja na construção, seja na melhoria. Esse movimento para mim é igual compra de mês de supermercado: você compra um pacote de biscoito recheado em vez de arroz e feijão. Aquele te enche, sacia momentaneamente, engana sua fome e pior, não alimenta. A velha - e boa - dupla conhecida em nossa mesa é um pouco mais cara, o preparo é mais trabalhoso, mas o resultado compensa em sabor e valor nutricional.

Tudo bem, também gosto de futebol, sou “sofredora” do Esporte Clube Bahia. Ainda que se diga que os gastos serão compartilhados, não é tão difícil encontrar em que investir os cerca de R$ 1,5 bilhões, segundo comentários dos bastidores. E a Fonte Nova? Se era pra ser reformada por que não antes da tragédia de dois anos atrás? Como diria minha sábia mãe “e quem morreu foi que perdeu a vida...!”

Prima pobre, primo rico: educação e material escolar

Fui pegar Gabriel na escola hoje. Primeiro dia de aula. Nossa! Quanta energia tem essa gente miúda. Mas, como sempre é do contra, como é bem filho da mãe dele, estava ele, Gabriel com uma tromba pra elefante algum pôr defeito. Perguntei se teve algum problema: coleguinha chateou, estava com sono, com fome, sapato incomodava... Nada... Sequer me deu resposta.

Fiquei pensando que razões haveria para uma criança de 6 anos estar com aquela cara, voltando das férias! Lembrei que semana passada estávamos ele, a mãe e eu garimpando material escolar mais em conta. A mãe desesperada com os preços das coisas. Tirou um monte de coisas da lista indicada pela escola. E Gabriel de mau humor...

Na hora “H” o carinha do transporte escolar disse que o carro estava com problemas. Mais uma preocupação. Alguém pegar ele na escola é um transtorno: reorganizar horários, passagens de ônibus, depender de alguém aqui reagendar compromissos. E Gabriel de mau humor...

O lanche da escola, a mochila nova do homem aranha - lembrar que só serve com rodinhas -, a mensalidade de um mês não estudado, os livros que vão ficando mais caros a cada série. E por que mesmo ele estava de mau humor? A gente nem tentou explicar a ele porque no próximo ano ele vai ser auto didata, deixa estar...

Aí, não satisfeita com a viagem de meus pensamentos, ainda lembrei do susto que tomei há duas semanas buscando informações sobre um mestrado na Universidade Católica de Salvador. Cansei de levar pau da Ufba e Uneb e resolvi pagar meu curso. Quando a criatura do outro lado do telefone me deu o valor das últimas mensalidades: cerca de R$ 1.100,00. Por que educar é tão custoso nesse país? Imagina! São dois anos de curso. Ao final, li, escrevi, estudei um pequeno apartamento!

E vim no caminho de casa pensando como explicar a Gabriel todo esse processo. Mas pra que? Um dia ele descobre como eu – e, sobretudo, a mãe dele – que era feliz e não sabia...