terça-feira, 31 de março de 2009

Segunda-Feira

Domingo é dia de rever as matérias veiculadas durante a semana. Já que não assisti noticiários nos últimos três dias, fiquei por fora de algumas coisas que aconteceram por aqui e em outros estados. E foi nos informes e resumos semanais que fiquei sabendo dos casos violentos que tomaram as pautas dos nobres colegas: um garoto assassinado dentro da sala de aula, uma adolescente que levou um tiro no joelho disparado por um colega e o ex-jogador de futebol que assassinou a ex-mulher com 14 facadas e ainda alegou legítima defesa. Ainda nos Estados Unidos mais um atirador maluco fez vítimas. Na ação, ele invadiu um centro de reabilitação de idosos e matou 6 internos e feriu mais três pessoas. Pensei: não perdi nada não vendo TV esses dias.

Nem faz tanto tempo fiz um post achando bom o fato de não ter tanta coisa ruim nos jornais numa edição dessas. É difícil achar uma resposta, um argumento para esses tempos. Mas ficar indignado e exigir uma solução, não. No ponto de ônibus hoje, três senhores discutiam os fatos e estavam longe de apresentarem argumentos fúteis. “A culpa é desses caras dos direitos humanos. Ficam aí dizendo que criança não pode trabalhar, que tem que estudar e vai pra escola pra quê? Pra aprender a usar droga, a brigar. Eu sempre trabalhei pra me sustentar e não morri, não dei pra bandido, não via nada demais em fazer umas coisas, ter uma ocupação!”, disse um dos debatedores.

Prontamente o outro senhor e uma senhora concordaram. “Os tempos eram outros. As pessoas hoje matam as outras como se estivessem matando passarinho”, disse ela. O outro complementou: “eu sou do tempo que a gente procurava uma oficina pra se especializar, pra ter o que fazer. A gente pagava pros nossos filhos aprenderem um ofício, ir numa oficina mecânica. E quem quer fazer isso hoje? Eles vão pro que é fácil e se perdem”, profetizou.

Fiquei ouvindo os três até a chegada do ônibus. Subí e pensei como essa gente antiga tem uma solução fácil e simples para tudo. E o melhor, viável! Eles tinham saída para os três casos. Para o ex-jogador o ponto de vista dos três era certeiro e lógico: “veja se eu vou matar ninguém porque não me quer mais? Não serviu pra mim, serve pra outro. Vou perder minha liberdade por causa disso? Vejam só! É cada um pro seu lado!” Que lindo! Um pensamento no mínimo harmônico. Quantos crimes passionais seriam evitados com um bate papo desses?

Ainda era manhã e mesmo que se tratasse de fatos tão deprimentes, eu me sentia feliz por saber que mesmo os mais simples não estão alheios ao que lhes cerca, ao contrário do que se diz e se julga. Me sentia feliz por ouvir a sabedoria dos antigos.

sábado, 28 de março de 2009

Sem noção

É fato! Não tinha idéia do quanto a vida acontece já às cinco da manhã... Em bom português: êita quanto “pião” tem nessa terra!

Recados na postagem

É Foca. Você tem razão... Como sempre, aliás. Essa é pra me lembrar de não me desfazer de mesus planos... Nunca! Ainda que já tenha passado dos vinte e poucos há tempos... Valeu!


20 e Poucos Anos

Você já sabe
Me conhece muito bem
Eu sou capaz de ir
Vou muito mais além
Do que você imagina...

Eu não desisto
Assim tão fácil meu amor
Das coisas que
Eu quero fazer
E ainda não fiz

Na vida tudo tem seu preço
Seu valor
E o que eu quero dessa vida é ser feliz
Eu não abro mão...
Nem por você
Nem por ninguém
Eu me desfaço dos meus planos
Quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos...

Tem gente ainda
Me esperando prá contar
As novidades que eu
Já canso de saber
Eu sei também
Tem gente me enganando, ah!
Ah!Mas que bobagem
Já é hora pra crescer

Eu não abro mão...
Nem por vocêNem por ninguém
Eu me desfaço
Dos meus planos
Quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos...

Fábio Jr.

sábado, 21 de março de 2009

Edição especial

Estava viciadamente assistindo os jornais. Normalmente o que se vê aos sábados são matérias “cozidas” da semana como chamamos no jargão. As matérias que sofrem pequenas alterações só pra não ficar muito na cara que já passaram. Às vezes é pra dar continuidade mesmo.

A questão é que vejo todos e praticamente ao mesmo tempo. Vou zapeando aos intervalos e às vezes nem isso. Pra desespero da minha irmã, por exemplo, que não entende minha necessidade de ler versões diferentes de uma mesma notícia.

E tal não foi minha surpresa hoje: tínhamos menos desgraça nos noticiários! Aleluia! Menos sangue, menos da degradante derrota da ética humana! Não, calma aí, não estou sentindo falta, mas precisei montar uma pequena lista do que está posto todo santo dia em pauta!

Das boas matérias e em jornais de diferentes emissoras poderia citar duas. Uma, local, era como o corpo de bombeiros e pesquisadores estão desenvolvendo técnicas para fazer chover na região da Chapada Diamantina. A experiência já foi realizada em São Paulo com sucesso. Estudiosos e soldados estavam preocupados com focos de incêndio, para que não se repita a tragédia do ano passado, na qual boa parte da mata daquele local foi perdida num desastre ecológico sem precedentes. Tentar amenizar os estragos ao menos, se é que é possível!

O outro tema, bastante apropriado para o sábado à noite, foi o número crescente de mulheres que têm se relacionado com rapazes mais jovens. Por vezes muito mais novos que seus filhos caçulas! Pensei: que legal! Não é somente pela oportunidade de um relacionamento (“que seja eterno enquanto dure”, não é mesmo?), mas porque demonstra, a meu ver, nossa capacidade de se abrir para o novo sempre, a qualquer momento ainda que sejam muitas as adversidades.
Profissionalmente falando, já não enfrentei grandes problemas quando disse que queria ser jornalista. Já não passei por transtornos quando quis entrar pras artes gráficas dentro do jornalismo. Faço meu trabalho e faço bem. Sem falsa modéstia! Estudei, me preparei para isso – e ainda o faço – com todo carinho, prazer e responsabilidade. E, hoje, é o suficiente! Quase sempre...


Mas até quando vai durar essa dificuldade de entender que o tempo é o Senhor da Vida? Que nossos fios de cabelos brancos, rugas e todo tipo de sinal do tempo, não são meros sinais do tempo, mas coadjuvantes de nossa segurança: de nos garantirmos ao dizer sim, mas principalmente ao dizer não. O tempo nos dá a exata medida do bom, mas, sobretudo, do ruim.

E para as mulheres que encontraram o amor, o romance ou mesmo um objetivo qualquer na melhor fase da vida – aquela em que se sentem mais seguras e confiantes –, boa sorte. Seja bem vinda a sua vida!

Um sopro de esperança

Não adianta. Educação é mesmo um tema recorrente aqui no meu espaço. Pense num trampo bacana? É onde estou agora. Um departamento de Educação em Alagoinhas. Assumo os aspectos contra, ou melhor, existem as dificuldades: o deslocamento diário é um deles. Talvez o mais importante. Quatro horas de viagem todos os dias tem me cansado muito, de fato.

Na outra ponta da balança estão a implantação de um setor com a minha cara - já que não havia uma assessoria de comunicação antes – e, uma nova chance para o mestrado. Quero aproveitar todas as oportunidades que forem aparecendo nesse período.

Tem sido proveitoso também perceber o outro lado do processo de educação, sobretudo numa universidade estadual. Os esforços que são feitos pelas pessoas que realmente acreditam na educação como saída, como transformação social. É importante não desanimar! Às vezes a sensação de estar remando contra a maré é inevitável.

E como fazer aqueles meninos e meninas entenderem esses esforços? Por vezes até alguns professores! Aqueles senhores mestres, doutores tão orgulhosos de si mesmos, se tornam seres complicados vez em quando!

E quando a instituição é pública a sensação de pertencimento tende a ser pejorativa. Esses dias conversando com Dete, a coordenadora do setor de informática, soube o porquê de tudo ser absolutamente trancado a 14 chaves: as pessoas levam. Não estou me referindo a rolo de papel higiênico, tubo de cola ou cd (não que esses se justifiquem!). São aparelhos de televisão, computadores. Levam tudo! Triste, não?

Essas ocorrências, que não são poucas, por vezes me fazem pensar se quero mesmo migrar de área, afinal, jornalismo parece tão mais pomposo! É difícil, mas não creio que seja impossível mostrar que educação é o único caminho viável para mudar o que está aí. Para fazer com que esses jovens entendam que aqueles aparelhos lhes pertencem sim, mas também aos demais e que é necessário o zelo! Para fazer entender os professores, que também já foram estudantes, que eles são os guias desses mesmos meninos e que hoje se faz necessário um pouco mais de orientação!

Oxalá o dia em que não sejam mais necessárias as chaves! Não porque não tenha mais o que ser salvo, mas sim porque as pessoas enfim internalizaram onde começam e terminam seus direitos e deveres e seguem os dos demais!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Todos contra um zummm listrado!

Já deu pra reparar que não sou de me esquentar por pouco. Mas se algo anda rondando, literalmente, minha cabecinha esses tempos chama-se Aedes aegypti ou o mosquito transmissor da DENGUE. Êita insetinho abusado! E nossa falta de cuidado só agrava a situação.
Por duas vezes fiquei doente. A primeira é mais uma daquelas situações em que a velha frase, “a primeira a gente nunca esquece” atenua seu sentido. Guardo seqüelas no olho direito, que é acometido de uma inflamação toda vez que minha imunidade fica baixa demais ou o estresse esteja quase pelas tampas.


Na mira de preocupação aqui em casa estão Gabriel e mãe. Ele, franzino e de hábitos nada saudáveis, seria um alvo fácil pro mosquito. Não quero nem pensar. Mãe, por conta do diabetes, sofre restrições a uma série de medicamentos. É preocupante. Ouvi no jornal pela manhã que o número de casos registrados passam dos 800. Em todo ano passado foram pouco mais de mil. Se considerarmos que estamos entrando praticamente no quarto mês do ano, essa estatística não anima muito!

Desde o ano passado, no entanto, já havia sido enviado alerta pelas autoridades sanitárias federais a respeito de uma possível epidemia! Oras, se até eu lembro disso por que nossas autoridades locais não “se ligaram”? A região sul do estado é tida como a mais afetada. Aqui na capital, o número de casos também segue aumentando. Em ambas as situações, a forma mais grave, e muitas vezes fatal da doença é que tem predominado.

A Bahia recebe hoje ajuda de médicos da Venezuela. O país vizinho sofreu com um surto da doença há tempos atrás. E como a gente mantém a infeliz tradição de só fechar a porta depois que o ladrão entra, vamos esperar que a colaboração alcance resultados positivos e não seja mais um grupo de turistas a se divertir no período pós carnaval!

Desaconselho aqueles espirais com remédios pra matar o mosquito. A sensação de sufocamento é angustiante e a irritação nos olhos é matemática. Por enquanto, nos resta ir acertando os bichos antes que eles nos acertem. E na minha pressa, nem dou tempo de ver se ele tem listras ou não. Dou-lhe de toalha!

É possível

Sabe quando você encontra aquela figura que te faz viajar pra longe? A química é boa, o papo é divertido, mas a relação é puramente de pele. E isso tem que ficar claro para ambas as partes envolvidas. Tive um caso desses há alguns anos. Foi bom, muito bom mesmo. Nos demos muito bem por uns dois anos. Filmes, shows, peças, almoços preparados por ele nos finais de semana.

E quem diria que foi justamente o envolvimento que estragou tudo. Quero dizer, começamos a nos ver tanto e dar tanta importância a companhia um do outro que acabou virando um pseudo namoro. De repente estava sendo apresentada a irmãos, filho, mãe do filho – ex esposa, portanto –, e aquilo foi me sufocando. Do outro lado, começaram a acontecer outros encontros, novas pessoas. Passamos a nos ver cada vez menos até que perdemos o contato de vez.

Esses dias reencontrei a criatura. Deu aquele friozinho na espinha e foi impossível não trazer à memória nossa relação epitelial. Foi bom, mas percebemos que temos outras prioridades agora. Como diz uma canção do Chiclete “a fila andou...”. Ainda assim, lembrei de uma das canções que dançamos numa dessas noites loucas qualquer. E como nos identificamos!


Tá Combinado

Então tá combinado, é quase nada

É tudo somente sexo e amizade.
Não tem nenhum engano nem mistério.
É tudo só brincadeira e verdade.
Podemos ver o mundo juntos,
Sermos dois e sermos muitos,
Nos sabermos sós sem estarmos sós...

Abrirmos a cabeça
Para que afinal floresça
O mais que humano em nós.

Então tá tudo dito e é tão bonito
E eu acredito num claro futuro de música, ternura e aventura
Pro equilibrista em cima do muro.

Mas e se o amor pra nós chegar,
De nós, de algum lugar
Com todo o seu tenebroso esplendor?
Mas e se o amor já está, se há muito tempo que chegou
E só nos enganou?

Então não fale nada, apague a estrada
Que seu caminhar já desenhou
Porque toda razão, toda palavra
Vale nada quando chega o amor...

Caetano Veloso

quarta-feira, 11 de março de 2009

Incondicionalmente

Há duas semanas comecei um trampo bem bacana numa assessoria de comunicação. É legal em todos os sentidos mesmo. É na universidade estadual a qual tentei entrar ano passado com (mais) um projeto de mestrado. A assessoria está em fase de implantação então me sinto muito à vontade com minhas mais loucas idéias. Quero fazer o melhor até porque muitas fichas foram apostadas e não quero decepcionar nenhuma delas.

Estou me empenhando desde o comecinho. Literalmente. A universidade tem um esquema de transporte próprio. A questão é o horário... E morando tão longe do ponto de embarque, tenho saído de casa de madrugada. Sério! Antes das cinco! E é justo essa a questão: minha mãe tem levantado comigo. E não adianta dizer que é completamente desnecessário. Ela, aos trancos, vai.

Hoje até menos, mas quando éramos mais novas ela vivia dizendo que só entenderemos o que ela passa quando tivermos nossos filhos. Acho que toda mãe diz isso... Mas que estranho sentimento é esse que liga esses seres, mãe e filho? Que sensação pretensiosa de pertencimento essas senhoras têm conosco? Guardam-nos e protegem por meses, nos alimentam do que vem delas por mais outros meses e, passado o tempo, resolvem o que nos faz bem ou não. E, mesmo depois de ter saído de casa, morado em outro lugar, termos quase quarenta, ainda querem nos seguir ao ponto de ônibus! Ora vejam!

Estamos – graças a Jah – irremediavelmente condenados ao amor e cuidado absoluto dessas pessoas. E assim nos preparamos para, um dia, retribuir essa doação, seja invertendo os papéis, seja dando continuidade a esse cuidado da forma que elas tanto profetizam.

domingo, 8 de março de 2009

Santa inquisição

Sem arrependimentos. Assim se mostrou um dos médicos que realizou a cirurgia de aborto na menina pernambucana, nove anos, grávida de gêmeos, após ser estuprada pelo padrasto. Dr. Sérgio Cabral e toda equipe foram excomungados da igreja pelo arcebispo por colocarem os direitos da menina em primeiro lugar.

Não sou católica. E nem é por isso que não consigo entender as incongruências da Igreja. A menina corria risco de morrer se a gravidez fosse levada adiante. Além do mais, a estrutura física de uma menina de nove anos ainda está em formação. Seria então um sacrifício? Como se não fosse o suficiente ter sido ela molestada por uma pessoa que, em tese, seria alguém que lhe inspiraria confiança?

O arcebispo em questão exigia o arrependimento, a redenção dos envolvidos como modo de voltar a freqüentar a Igreja. Para Cabral, sua missão como médico não poderia ser outra. Disse ainda que a mãe esteve, o tempo todo, ao lado da menina e concordou com a decisão médica e ainda escondeu da criança a real situação. “a menina acreditava estar com verme. Foi o que a mãe dela contou a ela.”, disse o médico.

A bronca do arcebispo espirrou até no presidente. Lula foi orientado a procurar um teólogo para ter mais informação e argumentos para tratar a situação. Mas que outros argumentos precisava, precisa a igreja a não ser o risco eminente de morte à vítima, nesses casos, e ao tal final dos tempos, tão cantado por representantes de pontífices e crentes?

Infelizmente é cada vez mais urgente abrir espaço a discussões como essas que extrapolam as paredes de templos religiosos ou dos templos do direito pura e simplesmente. É preciso reavaliar a conduta – ou a sua ausência – do ser humano, mas, sobretudo, é preciso reaver em que ponto de nossas vidas deixamos de lado o amor ao próximo, exaltado em muitas passagens bíblicas.

O perfeito tradutor

Laurinha, amiga e companheira de edições de jornais em redação ou não, envia nesse Dia Internacional da Mulher, o que ela chama de tradução perfeita. Também, só poderia ser ele, um dos melhores intérpretes, e porque não dizer, "tradutores" da dor e delícia de ser o que é, o que somos: MULHERES!


DURA NA QUEDA
(Chico Buarque)

Perdida
Na avenida
Canta seu enredo
Fora do carnaval
Perdeu a saia
Perdeu o emprego
Desfila natural

Esquinas
Mil buzinas
Imagina orquestras
Samba no chafariz
Viva a folia
A dor não presta
Felicidade, sim

O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

Bambeia
Cambaleia
É dura na queda
Custa a cair em si
Largou família
Bebeu veneno
E vai morrer de rir

Vagueia
Devaneia
Já apanhou à beça
Mas para quem sabe olhar
A flor também é
Ferida aberta
E não se vê chorar

O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol,a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol,a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

Imperial

Na última sexta fui a um show na Concha, pelo Projeto Sua Nota é um Show!. A abertura seria com Gerônimo, que adoro, e a atração principal era a Orquestra Imperial, um grupo de músicos e artistas que resolveram brinca de cantar e deu muitíssimo certo!

Depois de uma semana indo e voltando de Alagoinhas, uma viagem bastante exaustiva, queria, e até precisava, distrair minha cabecinha. E ainda bem que fui. Encontrei amigos lá: Jonas, com quem trabalhei uns dois anos criando e melhorando o Aprovado, um caderno especial, um suplemento de jornal impresso, e, Juliana que até duas semanas atrás era minha editora chefe na Fundação Cultural, um dos braços da Secretaria de Cultura do Estado, órgão também responsável pelos shows do Projeto Sua Nota.

E quem vê tudo prontinho, dando certo, não faz idéia da trabalheira que é botar um show desse pra acontecer. Não faz idéia, sobretudo, da estrutura que, muitas vezes, é oferecida às pessoas que trabalham para que outras se divirtam: Máquinas obsoletas, aparelhos telefônicos defeituosos, falta de pessoal, sobrecarregando quem cumpre as atividades.

O que move essas pessoas, a não ser a paixão e a satisfação de ver o trabalho bem feito? Alguns podem até pensar que seja a remuneração! Não! Ou melhor, nem sempre. Quase nunca. Creio que seja mesmo o pensamento de que o bom espetáculo deve estar disponível a todos, colaborando com a educação. Esse é o caminho. Sem essa que o povão, a base da pirâmide não gosta de bons shows. Não existe é acesso facilitado! Oxalá o dia em que a cultura e a educação promovam a real mudança social.

Quase matei o cachorro

Que clima ótimo no final de semana: mamãe havia feito uma feijoada de-li-cio-sa! Me acabei, claro. Titia e tio Antonio também estavam aqui. Uma boa feijoada vai muito além do tempero. É o clima, a conversa e, lógico, aquele ossinho que vem bem no meio da panela. O mocotó! Dizia meu avô que é o que dá força! Eu, ainda hoje, obedeço!

Divido a iguaria com Rafão, nosso pastor alemão, pra desespero do meu amigo veterinário, dr. Thêu. Com 7 anos – no nosso tempo normal porque não tenho idéia de como se soma a idade canina – Rafão já passa por algumas dificuldades na digestão, mas se diverte com a comida como criança, às vezes.

Confesso que dessa vez a brincadeira ia terminar em tragédia. Me assustei. Rafão foi roendo, roendo, roendo o osso e, não satisfeito, resolveu engolir o troço. Minha mãe estava no maior papo quando avistou o cachorro olhando torto pra ela. Rafão é tratado como gente aqui em casa, com direito a leitinho, iogurte, chá de boldo, água de coco, e uma frutinha vez em quando. Pensem! Ia matar a outra criança da casa!

Uma força tarefa foi socorrer. Disfarçar ele, abrir-lhe a boca, puxar o osso, meu Deus! Depois até foi cômico pensar a cena.

Passado o susto, voltamos pra sala. Mais papo, refrigerante, chazinho de boldo, café e pudim de leite e muita música boa. Uma tarde feita mesmo pra relaxar...