quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Como sardinha na lata

Afinal é sexta-feira. Na realidade, faz pouca diferença porque tenho aula ainda amanhã o dia inteiro de Jah. Daí tudo o que quero é chegar em casa. E eis o ponto. Literalmente. A volta para casa tem sido verdadeiro martírio. Aliás, não só voltar, mas sair também. Já falei sobre isso há pouco.

Passei por poucas cidades na vida fora de Salvador. Mas essa tortura me parece comum a alguns lugares, sobretudo entre às 17 e 21 horas. Chega ser humilhante pegar uma condução nesse período: ônibus cheios com pessoas espremidas, gente pendurada nas portas, motoristas que passam direto e não param nos pontos, trânsito carregado, quase parado, um caos! São quase duas horas fazendo um percurso que duraria, seguramente, 40 minutos.


Estranho esse sistema de transporte de massa aqui. As tarifas são altas e o serviço muito precário. Não se vê melhorias. Ainda em São Paulo, um dos lugares onde estive, tem o metrô. Desafoga, por certo, mas ainda assim, não resolve. Aqui em Salvador, essa alternativa não sai do papel há, pelo menos, vinte anos!


A meu ver, é desrespeitosa a maneira como donos de empresa e prefeitura agem em Salvador, São Paulo, Belo Horizonte. Será que não há planejamento que solucione a questão? Sou a favor de fazer com que empresários e governantes façam um passeio curto de ônibus, de trem ou metrô dia desses. Uma boa sugestão.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O que eu também quero é sossego!

Cheguei a conclusão que sempre escolhi áreas muito concorridas, onde as pessoas precisam sempre aparecer para serem lembradas. Seja no jornalismo onde é vital estar com o networking atualizadíssimo, seja na academia em que saber onde estão os professores e fazendo o quê facilita muito a apresentação de projetos de pós graduação. Esse acirramento sempre me incomodou, embora não lembre a última vez que briguei por uma vaga de trabalho. Sem falsa modéstia, procuro ser boa no que faço. Isso me vale indicações de clientes ou professores.

Sair-se bem numa atividade qualquer não significa somente entrar, fazer seu trabalho e sair. É muito mais: é deixar sua marca. É o tipo de lembrança que vai deixar por onde passa. Seu relacionamento com as pessoas que dividem espaço com você, horas de trabalho, mais tempo que o dedicado à casa, na maioria das vezes. As coisinhas simples ensinadas pela mamãe: bom dia, boa tarde, como vai, com licença. Ser cuidadoso com o outro, ser cordial.

A equipe de trabalho também influencia, lógico. Por vezes é difícil quebrar a cultura do “puxa tapetes”. Mas, há sempre alguém que pensa em romper esse ciclo. E quando isso acontece, as coisas fluem e fica fácil chamar o trabalho de diversão!

Regrinhas de buzú

Voltei a sair de manhã cedinho. Ônibus lotado, trânsito congestionado e passageiros cada vez mais mal educados. É como se quisessem impor seus modos, seus gostos. Agora já pensou um veículo com capacidade pra levar cerca de 40 pessoas, cada um tocando uma coisa? Celulares com toques estridentes ou mesmo de mau gosto: pagodes e funks com palavrões, gritos de socorro, um horror! Será que o dono não aprendeu a mexer tão bem na configuração do próprio aparelho? Será que não sabe que existe a opção VIBRAR?

E pior: todo dia aparece alguém que resolve dividir o gosto musical com o resto dos passageiros. Alguém não, alguéns! E se ouve de tudo: de louvores a boletins informativos. Tudo ao mesmo tempo, ou melhor, no mesmo ônibus. Por que parece tão difícil entender a regrinha básica da boa convivência? Ai meu São Cristóvão!!
Imagem: Google

O céu é o limite

Agora cheguei alto mesmo. Assessorando um instituto instalado na cobertura de um dos melhores pontos da Tancredo Neves, uma das mais importante avenidas da Soterópolis. Da minha sala tenho vista para um pôr do sol quase tão bonito quanto o visto de minha casa.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Se eu quiser falar com Deus

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós

Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz

Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios

Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor

Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou

Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho

Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar

Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar

Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar

Gil

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

E tem explicação?

Um monte de reuniões desde às 9h, trânsito, pânico causado por uma paralisação momentânea de policiais militares. A idéia era simplesmente vir para casa, rir um pouco com a novela das 19h, checar umas mensagens, ler o módulo da pós, ouvir um sonzinho até dormir. Entre as matérias do noticiário local, uma nota quebrou meu planejamento e me peguei sentindo uma dor alheia. A informação que uma mulher e sua filha haviam sido seqüestradas no meio do trânsito caótico do centro da cidade, local onde, aliás, estive durante metade do dia.

Os homens levaram-nas pela BR 324, principal saída de Salvador. Abandonaram o bebê de pouco mais de um ano no carro e seguiram com sua mãe que portava documentos, cartões e afins. Fui zapeando nos intervalos, como de costume, para ver os outros noticiários. O segundo canal de TV já dava conta de noticiar que o pai fora localizado e foi encontrar a criança que dormia no banco de trás do carro. Num terceiro noticiário, encontraram o corpo de uma mulher. Voltei ao primeiro jornal e à sua confirmação cortante.

Não saberia explicar o porquê do choque. Acho até que não foi tanto o ato, quero dizer, não que banalize a violência, mas fiquei pensando nessa criança e seus últimos momentos com a mãe. Nos argumentos que ela deve ter usado a fim de proteger a filha, convencer seus assassinos a deixarem a criança para trás, os seus últimos pensamentos. Por um instante me senti sufocada numa angústia sem tamanho, mas, certamente, menor que a dor dessa família essa noite.
De todos os meus pensamentos um é recorrente: Por quê matar? A noite perdeu a graça e ganhou um não sei quê esquisito e triste.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Tim, velho camarada

A internet é mesmo uma ferramenta fantástica! E olhe que nem sou expert nas infovias assim. Em certa medida confesso que é opcional. Ainda sou muito receosa quanto à exposição na rede.
Mas, vez em quando permito me perder em infindáveis links. E, foi numa dessas que, pesquisando sobre um documentário para aula da pós, me peguei catando umas pérolas no tal do you tube. Depois de abrir um baú de canções internacionais, parei em Tim Maia. Nem sabia que gostava tanto de Tim assim. Cantei quase todas as canções e tanto mais fuçava, tanto mais procurava, mais achava. Algumas enrolações suingadas, por certo, como Acenda o Farol, Ela Partiu ou Do leme ao Pontal. Os músicos que o acompanhavam, o grupo Vitória Régia, uma conversa à parte.
Muitas fotos, comentários, clips. Dizer que ele era incrível é chover no molhado. Já assisti umas meia dúzia de documentários que falavam de sua genialidade e impulsividade na mesma medida. Mas que importa? Um gênio não se explica! Agora cá estou perdida com todas essas possibilidades de canções para compartilhar. Escolhi essa aqui.


Ah, se o mundo inteiro me pudesse ouvir
Tenho muito pra contar
Dizer que aprendi
Que na vida a gente tem que entender
Que um nasce pra sofrer
Enquanto o outro ri

Mas quem sofre sempre tem que procurar
Pelo menos vir a achar
Razão para viver
E na vida algum motivo pra sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar.

Azul da cor do mar