terça-feira, 27 de abril de 2010

Talentos em ebulição: Centro Cultural Plataforma investe no crescimento de artistas do Subúrbio


O Centro Cultural Plataforma em parceria com o Fórum de Arte e Cultura do Subúrbio promove o PLATAFORMA DE TALENTOS. O projeto acontece sempre nas últimas quartas-feiras de cada mês com o envolvimento dos grupos e artistas da região do Subúrbio Ferroviário e adjacências. O primeiro encontro será realizado amanhã (28/04), das 14 às 17 horas, com entrada franca.

O evento tem a finalidade de catalogar a produção cultural existente no Subúrbio de Salvador, aproximando os grupos culturais da comunidade. Os grupos participantes serão avaliados por uma comissão de técnicos e artistas, atuantes no cenário baiano, que estará disponível para dar dicas de como aprimorar o trabalho apresentado. Também é intuito do Plataforma de Talentos estimular a formação de platéia, contribuindo para o público ampliar o seu olhar sobre a obra artística (ver o trabalho que há por detrás da cena já pronta).

Nos primeiros encontros serão avaliadas as atrações que irão integrar o 4º Festival de Artes Caldeirão Cultural, a ser realizado entre os dias 08 e 20 de junho de 2010. Cada grupo terá 10 minutos para apresentar o trabalho com o qual deseja participar do Caldeirão. A idéia, de acordo com a coordenação do Centro Cultural, não é selecionar, mas contribuir para o desenvolvimento técnico dos grupos através da avaliação e das orientações oferecidas pelos técnicos da comissão.

Breve histórico

O Festival de Artes Caldeirão Cultural é uma ação de mobilização da Cultural Popular organizada por grupos e entidades culturais que em primeiro plano comemora a reabertura do Cine Teatro-Centro Cultural Plataforma. No entanto, este é um momento desta classe artística potencializar suas ações através de oficinas formativas, seminários, exposições, apresentações artísticas e cortejo performático. Nas edições anteriores estiveram presentes mais de 7.560 pessoas. Isso é possível graças a Gestão Participativa exercitada no Centro Cultural Plataforma que já é modelo em todo o estado. Esta gestão é possível graças ao Fórum de Arte e Cultura do Subúrbio.

Depois de quase 20 anos fechado, o Centro Cultural Plataforma abriu suas portas à comunidade em 08 de junho de 2007. A reabertura foi uma conquista dos artistas e entidades sócio-culturais do Subúrbio Ferroviário de Salvador, que desde o fechamento do antigo Cine-Teatro promoveram uma mobilização permanente, com manifestos, projetos e articulações políticas para recuperar o espaço.

O Fórum de Arte e Cultura do Subúrbio foi organizado através de uma articulação entre os diversos grupos da região, das mais diversas linguagens e estilos, em função do início das atividades do Centro Cultural Plataforma. No começo, o Fórum contava com cinco grupos e no período da reabertura do Centro, tinham, em média, 75 grupos catalogados. Naquele momento existia o temor de que o espaço fosse gestado e coordenado por uma linha e/ou pessoas que não tivessem relação com aquilo que os grupos esperavam: uma gestão descentralizada, que levasse em consideração a identidade e as expectativas dos artistas e do público da região.

SERVIÇO:
Onde: Centro Cultural Plataforma, Praça São Brás S/N, Plataforma. 3117 8106
Quando: 28 de Abril de 2010, das 14 às 17hs
Quanto: Grátis
Realização: Fórum de Arte e Cultura do Subúrbio Ferroviário de Salvador / Centro Cultural Plataforma - FUNCEB

CONTATOS
Rai Trindade - Assessoria de Imprensa – 71. 8766-0889
Marcio Bacelar - Assessoria de Imprensa - 71. 8871-1482/8708-9762
Cleiton Luz - Ator / Educador Popular – 71. 8198-5421
Ana Vaneska – Coordenadora do Centro Cultural Plataforma – 71.8839 3681
Centro Cultural Plataforma - 71.3117 8106
E-mail: centroculturalplataforma@gmail.com

terça-feira, 20 de abril de 2010

Mulheres promíscuas causam terremoto, diz clérigo

Passeando pela net, encontrei essa matéria, no mínimo, curiosa. Em tempos de enchentes, terremotos, vulcões em erupções... É mole??

Segue.

Mulheres promíscuas causam terremoto, diz clérigo

Agência Estado

Um importante clérigo islâmico do Irã afirmou, durante sermão, que mulheres com roupas reveladoras e atitudes promíscuas são a causa dos terremotos. "Muitas mulheres não se vestem de modo recatado. Levam os homens jovens ao mau caminho, corrompem sua castidade e disseminam o adultério na sociedade, o que, em consequência, aumenta os terremotos", afirmou o clérigo Hojatoleslam Kazem Sedighi, de acordo com a imprensa iraniana.

As mulheres do Irã são obrigadas por lei a se cobrirem da cabeça aos pés, mas muitas, especialmente as jovens, usam lenços que mostram boa parte do cabelo. "O que podemos fazer para não ficarmos sepultados sob os escombros?", questionou Sedighi, durante seu sermão de sexta-feira. "Não há outra solução que nos refugiarmos na religião e adaptarmos nossas vidas aos códigos morais do Islã."

O Irã é um dos países mais afetados por terremotos no mundo, e a explicação incomum do clérigo foi feita após uma previsão do presidente Mahmoud Ahmadinejad, segundo a qual um tremor vai sacudir a capital Teerã. O presidente sugeriu que a maioria dos 12 milhões de habitantes da capital se transfira para outras partes do país.

Especialistas advertiram que, há pelo menos duas décadas, é provável que a capital iraniana seja atingida por um violento terremoto. Alguns especialistas já sugeriram que o Irã transfira sua capital para uma zona com menor atividade sísmica. Teerã está acima de várias falhas geológicas. A capital, porém, não sofre um grande terremoto desde 1830. Em 2003, houve um violento terremoto em Bam, no sul do país, matando 31 mil pessoas, um quarto da população da cidade.

A terra pedindo atenção

Temperaturas cada vez mais difíceis de agüentar, chuvas intensas, mosquitos, vulcões fechando o tráfego aéreo por dias! A natureza responde e ainda não estamos atentos o suficiente para reeducar nossas atitudes, revermos a maneira que tratamos o lugar onde habitamos.

E as produções americanas continuam estourando as bilheterias com seus filmes catastróficos e, infelizmente, matemáticos!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Testemunha das mudanças

Das coisas mais bacanas desse curso de pós, sem dúvidas posso citar as indicações. São livros e filmes que não sei se teria conhecimento ou acesso fora desse ambiente acadêmico. Semana passada analisamos O Sorriso de Monalisa, filme de 2003, que recria a atmosfera e os costumes do início da década de 1950. Conta a história de uma professora de arte (Julia Roberts) que, educada numa liberal Universidade da Califórnia, enfrenta uma escola feminina, tradicionalista – Wellesley College, onde as melhores e mais brilhantes jovens mulheres dos Estados Unidos recebem uma dispendiosa educação para se transformarem em cultas esposas e responsáveis mães. No filme, a professora irá tentar abrir a mente de suas alunas para um pensamento liberal, enfrentando a administração da escola e as próprias garotas.

Segundo site especializado em cinema, a crítica não aprovou o filme e também havia rumores de que as atrizes que participaram não gostaram muito, além disso, consta que o filme não teve grande desempenho nos cinemas. Inclusive, o site traz que alguns críticos dizem que o filme “é uma cópia (feminina) de Sociedade dos Poetas Mortos.”. Fato que não lembro desse último. Acho que assisti parte dele somente. Na trama, a professora, vivida por Julia Roberts, estimula as alunas a estudarem arte moderna, levando-as a um depósito em Boston para olharem um quadro de Jackson Pollock. Nos catados feitos sobre o filme diz-se que, na realidade, Wellesley foi uma das únicas instituições a permitir que as alunas estudassem arte moderna, começando com um curso no final dos anos 20, ministrado por Alfred Barr Jr., que mais tarde fundou o Museu de Arte Moderna.

Era o módulo que trabalhava a questão de gênero e estudos feministas na pós e precisaríamos escolher uma cena no filme para analisar e discutir. Todo o filme é interessante, mas já que era necessário destacar, escolhi a cena da exposição da cozinha. Escrevi, então.

Um ambiente amplo, sofisticado, branco, cheio de parafernálias eletro-eletrônicas e um armário repleto de mantimentos apresentados pela personagem Betty Warren à amiga Joan Brandwyn como o maior sonho alcançado, como uma benção. Em algum lugar da conversa, a pergunta “não é tudo o que a gente sempre quis?”, fazendo referência aos equipamentos – coisa rara e cara, à época –, pareceu ser o máximo almejado por uma mulher. Não posso deixar de refletir sobre um espaço no tempo e na história em que a nós mulheres só era permitido pensar em sermos boas donas de casa e excelentes esposa e mães.

A amiga Joan Brandwyn, candidata a uma vaga em direito na universidade de Yale, queria mais que os armários, fogão, máquina de lavar e geladeira. Sonhava com a faculdade, além disso. Não vou entrar nos detalhes do tratamento antagônico dado a ambas pelos respectivos companheiros: o primeiro que se preocupava em ser o provedor da casa, sem o mínimo suporte emocional. O segundo apoiava as decisões da mulher, sem se preocupar em ser um mero mantenedor.

Quando volto aos dias de hoje percebo os papéis bastante misturados: não raro se tem notícia de homens que ficam em casa cuidando de afazeres domésticos e dos filhos enquanto as mulheres vão às ruas trabalhar. O inconveniente é que a maioria delas, depois das atividades extra lar, têm uma segunda jornada de trabalho em casa. É difícil estabelecer uma linha entre o que é ser homem e o que é ser mulher hoje. Os valores são outros. Prioridades e perspectivas também. Quantas mães solteiras se tem conhecimento hoje? Quantas mulheres são chefes de família? Daí, não ser tarefa fácil entender quais os papéis de cada um na sociedade atual. Como discernir funções num ritmo de disputa acirrada em que o mais interessante seria somar forças? Mas como somar forças num universo ainda tão desigual quando levamos em consideração a divisão por gênero? Inquietações ainda sem respostas prontas.

Hoje estudamos mais e exigimos mais de nós mesmas e, é válida a ressalva, a sociedade exige mais de nós também, já que “teimamos em descumprir funções para às quais fomos designadas”. Apesar das dificuldades, acho pouco provável encontrar uma mulher que seu único sonho seja casar e ter uma casa equipada para cuidar. O filme O Sorriso de Monalisa é uma reflexão cuidadosa em muitos aspectos. Tento trazer a cena analisada aos dias de hoje, sem sucesso. Penso se em nossa sociedade ainda há espaço para esse comportamento: tudo o que as mulheres podiam pensar em desejar eram novos equipamentos eletro-eletrônicos, mesa farta para a família e uma casa para cuidar, como suficiente.

Sinceramente não vejo nada demais em querer um lar e filhos. É a ideia de minimizar os sonhos que me incomoda. Afinal, quantas de nós adiamos maternidade, desejo de muitas, em função de um mercado de trabalho acirradamente disputado? Preferimos planejar e organizar a chegada e manutenção dos filhos, e para isso nos dedicamos às atividades e qualificação profissionais?

Imagino, por outro lado, a estranheza que seria alguém contar nosso modo de vida hoje para as mulheres do início da década de 50. Que pensariam elas? Ainda bem que o tempo passa e é a história a grande testemunha das mudanças bem vindas ou não, mesmo num primeiro momento, mas indiscutivelmente necessárias.

Cartinha para dias de chuva

Bem disse você... Esse tempo só dá vontade de ficar enrolada nos teus braços numa cama. Isso se você me fizesse o favor de enrolar seus braços em mim, né?!

Tá tão difícil parar de pensar em você esses dias... Dias assim... Dias de chuva em que eu simplesmente adoro namorar. Acho que foram feitos só para isso!!

Ninguém devia ir trabalhar ou estudar nesse tempo. As pessoas não deviam sair de suas casas, as pessoas não deviam sequer sair de suas camas! Aliás, podiam levantar para ir ao banheiro, tomar banho e ficar cheirosas para seus amores e (re)começarem a se amar. Podiam também levantar para ir à cozinha preparar uma massa caprichosamente temperada com um toque leve de manjericão.

Na carona: Música, bom filme e muito vinho.

O que seria de nossas duras vidas sem o sonho, não é mesmo?!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Coração e carta abertos

A doçura de Deborah, as tiradas chiques de Carol, as caras de Carla, as ideias de Rafa, os argumentos iluminados de May e Giba, as sacadas de Fafá, e muito mais. Como poderia me afastar de modo tranqüilo dessas figuras que por meses construíram comigo uma convivência divertida por sextas e sábados seguidos? Resolvi cancelar o curso de especialização. Depois dos problemas de saúde que tive mês passado, precisei optar em continuar os estudos ou me cuidar. Escolhi tratar de mim fisicamente, ainda que me custasse apertar o coração estando longe de pessoas que aprendi a gostar muito.

Enfim chegou o dia da última aula. Seria esse último sábado. Seria. Depois de uma homenagem linda em vídeo e fotos, não é que os loucos resolveram se juntar pra pagar minha mensalidade? Me emocionei muito. Só tive lágrimas: sem argumentos ou palavras. Não tive ou tenho como agradecer. Em casa, foi difícil acreditar.

Escrevi uma carta em agradecimento. Afinal, pela divisão que foi feita até o final da aula, ficariam cerca de 10 reais por cabeça. Imagina! Serei responsável por menos três latinhas de cerveja no final de semana de cada um! Tô muito feliz.

Segue a carta.

SEGUNDA CARTA ABERTA A 2a TURMA DE ESTUDOS CULTURAIS
Quando falava, em muitas mensagens, do meu amor pelas pessoas que compõem essa turma, não era exagero, exibicionismo ou pieguice. Era, é, muito sincero meu sentimento por vocês amigos, parceiros, grandes companheiros!

Sabia que o último sábado seria um dia muito triste para mim. Me separar momentaneamente, me afastar de nossas ricas – e sempre divertidas – discussões foi, como disse, uma decisão muito difícil, embora financeiramente necessária!

O que não esperava era esse carinho de vocês! Ou melhor, a forma como foi manifestado. Com o vídeo lindo e emocionante, já visto e revisto, torno a chorar, como uma boa libriana. Imagino que se passar até o final do curso esperando cada um de vocês na porta, dizendo MUITO OBRIGADA, ainda assim não terei agradecido o suficiente o apoio e incentivo...

Prometo apresentar meu boletim sempre com notas azuis!!! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk....

Amigos, vocês são pessoas incríveis, sem igual. Vou levar esse carinho e cuidado para o resto de minha vida!!!

Amo vocês.

Muito Obrigada!

Rai

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pelo social, sempre

Nos “enfiamos” no alto das montanhas pelos matos de Mutuípe, na páscoa. A cidade fica a umas 4 horas da Soterópolis. Um lugar deslumbrantemente simples e bucólico, mas onde a devastação ambiental também vai avançando suas garras, infelizmente.


A família da “figura” tem um projeto social-ambiental muito bacana e que me deixou apaixonada. Aproveitam a aproximação com as famílias do entorno, que em geral são numerosas, com muitas crianças, e trataram de ensinar às pessoas como cuidar daquele pedacinho de paraíso com medidas muito simples, acessíveis e entendíveis. Através de brincadeiras e trabalhando cenas do cotidiano das famílias, vão inserindo educação ambiental, conscientizando do poder – e obrigação – que têm com a terra e com o ambiente.


No retorno do feriado santo, fui convocada a participar das atividades aqui do Lobato, São Bartolomeu e Plataforma, bairros do subúrbio soteropolitano. Vamos trabalhar educação e arte desse lado da cidade. Serão oficinas, seminários, apresentações diversas no centro social, nas praças, nas escolas locais.


Ah, claro, ainda tem a ONG ambiental onde tenho “colocado minha digital”, como diz o chefe. Temos tentado sobreviver e aos trancos, barrancos e muita parceria nossos projetos ainda teimam.


É isso. Enquanto não consigo ganhar dinheiro, fazendo o que gosto, vou só fazendo o que gosto (e creio)!

Ser mulher

No “mês da mulher” perdi um bebê. Mais precisamente na “semana da mulher”. Era a segunda gravidez com o mesmo desfecho: aborto espontâneo. Não estou lamentando, já passei disso, estou na fase de buscar respostas sejam elas clínicas, físicas e/ou espirituais. Enquanto não ficam prontas, vou reajustando minhas atividades, minha vidinha de sempre com muito trampo e estudo. No entanto, (re)aprendi a selecionar as prioridades: ter tido complicações sérias nesse segundo processo me fez prestar mais atenção à minha saúde, oferecer mais a mim mesma.


E, numa dessas brincadeiras do divino ou, – e mais provável –, mera organização de cronograma, o módulo trabalhado na especialização foi justamente Gênero, Estudos Feministas e Sexualidade. Aí discutimos, entre outras coisas, o que é ser homem e mulher nos dias de hoje. As explanações feitas em sala mexeram comigo. Refiro-me ao que avançamos, nós, mulheres, em termos de direitos (e as obrigações que vieram também na carona). Penso também no que “deixamos de lado”, afinal, poder ficar com as pernas para cima após o parto parece um sonho.


Falando em parto, essa possibilidade de podermos nos planejar sem a pressão por herdeiros, machos, diga-se de passagem, me parece uma de nossas grandes vitórias. Podermos nos dedicar mais ao conhecimento, ao mercado de trabalho, lembrando logicamente que ainda recebemos, em média, metade da remuneração paga aos homens, me parece outro grande triunfo.


E nessa de querer fazer o que se quer e quando se quer, e mais, ter o poder de refazer essas possibilidades, é que acredito ser essa, uma característica nossa. Correndo o risco de parecer feminista, esse “jogo de cintura” nos pertence, é atávico! Sem medos de rever prioridades, sem medos de traçar metas e sonhos para quando nos sentirmos prontas.