terça-feira, 29 de junho de 2010

Gol contra

Quem lê esses últimos posts, depois de tanto tempo sem escrever, vai pensar até que estou me tornando uma velha chata! Não desconsidero a hipótese, afinal, nas proximidades da “idade de cristo” você já acumulou ideias, comportamentos e experiências, tem noção do que é certo ou não (ao menos de uma perspectiva própria!). Assim tenho “encarado” esse movimento (ou a falta dele) em função dos jogos da copa do mundo. Não consigo torcer. Não dá pra orgulhosamente vestir a camisa! Para mim tá tudo errado! Como é possível parar tudo e esquecer da vida a esse ponto?

Meu raciocínio é prático, matemático e caceteiro: você está trabalhando? Se estiver, tá ganhando bem, sem concluir que mais um mês seu orçamento ficou apertado por um motivo qualquer? Como ficou sua conta de luz depois daquela roubalheira da Coelba em nossas cobranças, comprovadamente irregulares? Buzú, trânsito. Quando você sai do trabalho, consegue chegar logo em casa? Será que esse metrô piada, que liga nada a lugar algum, ajudaria mesmo na volta pra casa depois de um dia de cão?! Conseguiu tomar as vacinas de um mês atrás, a da meningite, por exemplo? Já precisou de um posto de saúde no seu bairro? Espero, sinceramente, que não.

Me conte mais: tem saído à noite? Tá tranqüilo ir jantar num lugar bacana e voltar pra casa depois das 21h? Estou considerando que tenha um carro comprado em 36 meses, tendo aproveitado estar livre do imposto numa “promoção bacana” do governo federal! Falando nisso, onde tem abastecido seu carro o combustível é adulterado ou percebeu qualquer forma de cartel? Só foi dado o peixe, né?!

Ontem sai pra ir ao médico, passei no shopping pra comprar uns remédios e fui surpreendida: o estabelecimento ia fechar às 14h porque tinha jogo do Brasil às 15h30 e NÃO ABRIRIA MAIS EM PLENA SEGUNDA-FEIRA! Na correria, fiz metade das coisas previstas que precisava fazer. ABSURDO SEM TAMANHO! Não importa a hora do jogo, todo mundo para e até ônibus parece ter diminuído a frota...! Não dá pra torcer. As coisas não andam tão boas, tão certinhas a ponto de comprar camisa, boné, fazer festa pra ver a seleção jogar... E que nem tá jogando tanto assim!!! Não vejo motivos pra interromper meus afazeres e assistir uns caras já ricos "jogarem uma pelada" e enfiar mais dinheiro no bolso!!

Não é que não goste de futebol ou que jamais tenha feito essas papagaiadas. Já e muito. Mas o tempo passa e as coisas continuam no mesmo lugar. Ou melhor, exceto a coerência, para alguns poucos. Passada a copa, vem a eleição de outubro e o patriotismo escorre pelo ralo. O ralo de onde vem o mau cheiro exalado, infelizmente, de nossa máquina pública corrompida. Se a gente conseguisse torcer, exigindo boas escolas e faculdades públicas; bom atendimento médico; transporte público eficiente, e de qualidade; segurança pública eficaz. Quando a transparência e eficiência for uma prioridade no setor público, talvez eu tenha motivos pra torcer. Talvez bote mais fé no meu país. Talvez até vista a camisa!

Como diria uma amiga minha sobre esse assunto: “Seria bom que a vitória do time do Brasil significasse a vitória do povo brasileiro também”.

Se não pode cumprir, não proponha

Poucas coisas me deixam irritada de verdade. Sério mesmo. Não sou de me estressar à toa.

Com certeza um desses fenômenos diz respeito a serviço precário. Sabe aquele negócio feito “meia boca”, servicinho porco, como se diz. Pois é o tipo de coisa que me cansa. E olha que dou muitas chances de se acertar o passo!

Tenho passado “mals bocados” com minha internet. Não é dos melhores acessos, é compartilhada, essas coisas de bairro e, na verdade, o que encaixava melhor no orçamento. Mas não é por isso que vai fazer de qualquer jeito, né não? Acho até que o fato motivaria a trabalhar melhor, já que é pra vizinhos. Tudo bem, de repente tem mais gente que o previsto usando o serviço. O remédio é acompanhar, ajustar. Na minha cabeça isso é matemático.

Tô sempre reclamando com o administrador. Se chove ou venta, a conexão cai. Se muita gente usa, a conexão cai, se ele insere mais um usuário, adivinha só? Ligo, pergunto o que houve, ele pluga e despluga de lá. Funciona finalmente. Isso quando ele não resolve fazer manutenção na rede sem avisar a ninguém! Já pedi que seria razoável advertir os navegantes, caso alguém, como eu, esteja trabalhando de casa há dois meses, nessa pendenga. Imagine o que é enviar textos para jornais e sites, que têm horários de fechamento, com internet a cair o tempo todo?

Pior é reclamar e ouvir: “é né? Tá caindo o direto, né? Todo mundo já disse isso, todo dia é pra eu parar pra ver, mas...”

Me faça uma garapa!

Coisas que acho que só acontecem aqui em Pirajá. Um serviço de xerox que a pessoa não sabe manusear a máquina copiadora! AVE! Me dê mais paciência! Desisti. Tava com pressa, fiz no centro, tava saindo mesmo. Uma dessas casas de 1,99 (que pouca coisa se encontra de menos de 3 reais!) que nunca tem o que se precisa. O dono já faz até piada quando vou lá. Mas a culpa é minha! Por que diabos ainda vou lá?!

Hoje o cúmulo foi tentar colocar crédito no celular, pagar em dinheiro e o dono da bodega me dizer que só recebia pagamento em cartão! É... Acho que é o bairro mesmo. Ou você já ouviu reclamações como esta em algum outro lugar?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

IV Caldeirão Cultural: desenvolvimento social e arte no subúrbio soteropolitano

Música, dança, teatro, cinema, exposição fotográfica, oficinas. Já está sem fôlego? Então retome a respiração e prepare-se para o IV Festival de Artes Caldeirão Cultural, que acontece entre os dias 08 e 19 de junho, no Centro Cultural Plataforma, em Plataforma, Subúrbio de Salvador. A edição 2010 do Caldeirão vai contar com participação de 30 grupos das diversas vertentes artísticas e comemorar exatos três anos da reabertura do Cine Teatro Plataforma, gerido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) em parceria com o Fórum de Arte e Cultura do Subúrbio. Esse ano as apresentações no Centro Cultural terão o valor simbólico de R$ 2,00 (dois reais, a inteira).

O Festival terá início às 9h, com o tradicional cortejo que sai do Largo do Luso (Av. Afrânio Peixoto) e segue até a Praça São Brás, onde ocorrerá uma apresentação de teatro de rua até as 11h. As atividades para o IV Caldeirão começaram há dois meses com as apresentações artísticas do Plataforma de Talentos, sempre nas últimas quartas-feiras, no Centro Cultural. Em edições anteriores, o Caldeirão reuniu mais de 7.560 pessoas. Graduada em Licenciatura em Teatro, a coordenadora do Centro Cultural Plataforma, Ana Vaneska comemora e ressalta a importância decisiva da participação dos grupos locais: “Os muitos grupos culturais atuantes aqui brigaram pela retomada desse espaço. Eles fizeram ressurgir o Centro. Além disso, o desenvolvimento social da comunidade está sempre no foco dos projetos artísticos elaborados por esses agentes culturais”, pontua Vaneska.

Históricos – Depois de quase 20 anos fechado, o Centro Cultural Plataforma (CCP) abriu suas portas à comunidade em 08 de junho de 2007. A reabertura foi uma conquista dos artistas e entidades sócio-culturais do Subúrbio Ferroviário de Salvador, que desde o fechamento do antigo Cine-Teatro promoveram uma mobilização permanente, com manifestos, projetos e articulações políticas para recuperar o espaço. Com capacidade para receber mais de 200 pessoas, espaço para cadeirantes, infra-estrutura de som, luz, projeção de vídeos, salas para ensaios e camarins, além de banheiros adaptados para portadores de necessidades especiais, o CCP surpreende quem não o conhece e, por isso mesmo, não deixa nada a dever quando comparado aos demais teatros da cidade. De 2007 a maio de 2009, o Centro Cultural Plataforma acolheu 313 eventos de teatro, dança, música, cinema, entre outros, atingindo um público de 34.415 pessoas, em 612 apresentações.

O Fórum de Arte e Cultura do Subúrbio foi organizado através de uma articulação entre os diversos grupos da região, das mais variadas linguagens e estilos, em função do início das atividades do Centro Cultural Plataforma. Em princípio, o Fórum contava com cinco grupos e no período da reabertura do Centro tinha, em média, 75 grupos catalogados. Naquele momento existia o temor de que o espaço fosse gestado e coordenado por uma linha e/ou pessoas que não tivessem relação com aquilo que os grupos esperavam: uma gestão descentralizada, que levasse em consideração a identidade e as expectativas dos artistas e do público da região.

A partir disso, inúmeras reuniões trataram propostas de gestão, do perfil e dos objetivos do Centro. Nesses encontros, o Fórum entendeu que não dava para se restringir apenas a discussão da gestão, mas também, precisava pensar o Centro como uma possibilidade de ampliação de uma política cultural do Subúrbio Ferroviário que contemplasse os mais diversos grupos. Neste contexto, surgiu a proposta de assinalar o momento de reabertura com uma atividade no Centro que desse conta da diversidade artística da região e que iniciasse o processo de formação de platéia, estreitando a relação com as comunidades da região, o Festival de Artes Caldeirão Cultural.

O Festival de Artes Caldeirão Cultural representa a diversidade, a riqueza presente no cotidiano do Centro desde a sua reabertura e uma programação comemorativa, favorece não somente a articulação entre os diferentes grupos e organizações locais em torno da arte e cultura, como também garante fôlego para as próximas edições. O Caldeirão potencializa os grupos para que suas intervenções em suas respectivas comunidades sejam fortalecidas e ampliadas, interferindo diretamente na melhoria de qualidade de vida da comunidade dos diversos bairros que compõem o Subúrbio de Salvador, onde se encontra cerca de 1/4 da população da capital, alcançando mais de 750 mil habitantes. Esta é uma população majoritariamente afro-descendente, que têm, na base do trabalho dos grupos artísticos-culturais, todo seu aprendizado e desenvolvimento como cidadão na cultura de resistência de seu próprio povo.


SERVIÇO


O quê: IV Festival de Artes Caldeirão Cultural
Quando: De 08 a 19 de junho de 2010
Onde: Centro Cultural Plataforma, Praça São Brás S/N, Plataforma, tel: 3117 8106
ccultura.plataforma@funceb.ba.gov.br /cleitonluz@yahoo.com.br
Quanto: R$ 2,00 (dois reais, a inteira)
Realização: Fórum de Arte e Cultura do Subúrbio Ferroviário de Salvador/Centro Cultural Plataforma
FUNCEB



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