Esses dias têm sido difíceis. Uma correria. Minha rotina tem sido a loucura de sempre agravada a cada vez que meu celular toca. Ao menos tenho aprendido a desligar quando acho que falta pouco pra explodir. E assim o fiz ao menos ontem, sábado. Voltei hoje mesmo, domingo, mas valeu. Me mandei pra beira da praia. Decidi assim, do nada.
Outras coisas foram complicadas essa semana. Parei de ler e assistir jornais por uns dois dias. É como se quisesse desligar das manchetes também. Notícias de violência são mesmo uma constante. A sensação que tenho ás vezes é de estar vivendo um daqueles filmes catastróficos americanos com gangues invadindo movimentadas avenidas, saqueando e apavorando quem passa.
No inicio da semana uma amiga teve o carro roubado na frente de casa. Retornava do supermercado. Mora num bairro considerado nobre em Lauro de Freitas, município da região metropolitana de Salvador. Os rapazes chegaram sem violência, pediram a chave do carro e foram embora. No mesmo bairro, a mãe de outra amiga teve a casa invadida. Foram levados aparelhos celular, jóias, dinheiro e outros pequenos objetos. Ninguém viu nada.
Cerca de três meses atrás, um grupo invadiu a praça de alimentação do shopping onde almoçava. Pareciam todos menores. Que cena incrível. A sensação de impotência era indescritível. A segurança agiu rápido, sem violência e tentando evitar alarmar os poucos pais e crianças que não perceberam o movimento. Saíram de lá promovendo arruaça e pânico pelas ruas e seguiram pra outro shopping próximo. Era um sábado. Na segunda foi manchete em todos os jornais.
Os balanços policiais de finais de semana nem menciono. Chacinas se tornaram comuns nos noticiários. Furtos, roubos, latrocínios. Até onde sei nossa soterópolis alcançou o triste terceiro lugar no ranking quando o assunto é violência no país. As ocorrências estão chegando cada vez mais perto.
Sem querer ser alarmista – e já sendo – me preocupa o rumo que as coisas estão tomando. Me preocupa mais ainda saber que é só o início do fim. E em tempos de batman em cartaz nas telonas, alguém tem o tal sinalizador aí?!
domingo, 27 de julho de 2008
quinta-feira, 17 de julho de 2008
As coisas que só o baiano tem
Quarto em reforma, Zé Paulo sem querer trabalhar, preguiça, frio (e, matemática e conseqüentemente mais preguiça!), muito trabalho (graças a Jah) mas enfim, estou de volta! E no meio do monte de coisas que vi essa semana uma chamou mais atenção: no jeito delicioso que a gente, especificamente baianos, tem de levar a vida, de inventar e se redescobrir no cotidiano. Peguei um ônibus pra Estação Pirajá, pouco mais das 19h. No entra e sai do trajeto, já indo pra Campinas, alguém gritou do outro lado da rua, de dentro de uma barbearia, do primeiro andar do prédio: “ôôo motô, é Estação?”. E, prontamente, o motorista: “é sim..!”. E a figura: “péra aê!”. Desceu os degraus, atravessou a rua e subiu no ônibus. Alguns dos demais passageiros até acharam graça enquanto esperávamos.
Algumas semanas atrás estive numa cidade perto de Santo Antonio de Jesus, outro município distante umas 4horas de Salvador. Ônibus intermunicipal é quase regra: a toda hora entra um vendedor com alguma iguaria, água, refrigerante, cerveja, qualquer coisa que torne a viagem menos estressante! Mas, mesmo sem comprar, já estava achando interessante. Um vendedor adentra com o milho assado na hora (disse ele!!). Alguém se aventurou comprar mas o advertia só ter moedas. Eis que ele me solta: “venha pai com essa moedagem..!” Eu pensei: como assim? O que exatamente ele tinha dito? Será que ouvi certo? E não é que ele repetiu? MOEDAGEM!!!
Fantástico!! Fiquei maravilhada!!! A adaptação, a adequação da linguagem é a expressão mais perfeita da comunicação! Sobretudo aqui, onde às vezes parecemos falar um dialeto inacessível a qualquer outro lugar do país. E isso tudo é criado com muito jeitinho, como se alguém pensasse em criar todas essas pérolas... Esses dias tenho voltado do trampo no mesmo horário, pegando o mesmo ônibus. Fiquei amiga do cobrador. E não é que tenho aprendido novas expressões? Quando tirei os dreads Carlos me disse que tinha ficado filé!
Obviamente não ia fazer feio em perguntar se afinal ele tinha dito que gostou ou não do novo visual. Prestei atenção em algumas de suas conversas com colegas. Descobri que ele achou o novo look legal!
Algumas semanas atrás estive numa cidade perto de Santo Antonio de Jesus, outro município distante umas 4horas de Salvador. Ônibus intermunicipal é quase regra: a toda hora entra um vendedor com alguma iguaria, água, refrigerante, cerveja, qualquer coisa que torne a viagem menos estressante! Mas, mesmo sem comprar, já estava achando interessante. Um vendedor adentra com o milho assado na hora (disse ele!!). Alguém se aventurou comprar mas o advertia só ter moedas. Eis que ele me solta: “venha pai com essa moedagem..!” Eu pensei: como assim? O que exatamente ele tinha dito? Será que ouvi certo? E não é que ele repetiu? MOEDAGEM!!!
Fantástico!! Fiquei maravilhada!!! A adaptação, a adequação da linguagem é a expressão mais perfeita da comunicação! Sobretudo aqui, onde às vezes parecemos falar um dialeto inacessível a qualquer outro lugar do país. E isso tudo é criado com muito jeitinho, como se alguém pensasse em criar todas essas pérolas... Esses dias tenho voltado do trampo no mesmo horário, pegando o mesmo ônibus. Fiquei amiga do cobrador. E não é que tenho aprendido novas expressões? Quando tirei os dreads Carlos me disse que tinha ficado filé!
Obviamente não ia fazer feio em perguntar se afinal ele tinha dito que gostou ou não do novo visual. Prestei atenção em algumas de suas conversas com colegas. Descobri que ele achou o novo look legal!
domingo, 6 de julho de 2008
Um dia inteiro só pra ler
Tava assistindo um desses jornais das 20h quando vi uma matéria sobre a Festa Literária Internacional de Paraty. Em horas como essas penso quanto ia ser legal trabalhar numa coisa fixa, algo que permitisse uma graninha a mais no orçamento. Pensa ae: Um aviãozinho, uma mala grande (e vazia) e tava tudo resolvido!
Já faz algum tempo que não vou a uma feira de livros. Na verdade, acho que faz tempo que não acontece nenhuma por essas bandas. Uma pena! Por mais que se queira dizer que o costume (não o hábito) da leitura é importante, quem gosta de ler, sempre o fez. Quero dizer, não acredito que ninguém tome gosto porque aprendeu. A meu ver, é meio folclórico. Um processo muitas vezes imposto dificilmente se torna prazeroso.
Ainda creio na velha e boa tática de inserir a leitura desde o ventre. Começar com textos leves. Aí, seguem os livros repletos de figuras e cores. Mais tarde, o velho gibi e seu mundo absolutamente fantástico! Depois disso fica fácil, surpreendente e delicioso adentrar o universo de Drummond, Vinícius, Machado, Veríssimo, Clarice, Myriam, Lygia, Millôr, Querino, Sodré, Chico, Veloso, Márquez, Lobato, Cecília, Emanoel, Balzac, Castro Alves, de Trói, Jequiriçá...
Já faz algum tempo que não vou a uma feira de livros. Na verdade, acho que faz tempo que não acontece nenhuma por essas bandas. Uma pena! Por mais que se queira dizer que o costume (não o hábito) da leitura é importante, quem gosta de ler, sempre o fez. Quero dizer, não acredito que ninguém tome gosto porque aprendeu. A meu ver, é meio folclórico. Um processo muitas vezes imposto dificilmente se torna prazeroso.
Ainda creio na velha e boa tática de inserir a leitura desde o ventre. Começar com textos leves. Aí, seguem os livros repletos de figuras e cores. Mais tarde, o velho gibi e seu mundo absolutamente fantástico! Depois disso fica fácil, surpreendente e delicioso adentrar o universo de Drummond, Vinícius, Machado, Veríssimo, Clarice, Myriam, Lygia, Millôr, Querino, Sodré, Chico, Veloso, Márquez, Lobato, Cecília, Emanoel, Balzac, Castro Alves, de Trói, Jequiriçá...
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