ela une todas as coisas
como eu poderia explicar?
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar...
ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá?
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar...
ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está
talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
pedra preciosa de olhar
ela só precisa existir
para me completar...
ela une o mar
com o meu olhar
ela só precisa existir
pra me completar...
ela une as quatro estações
une dois caminhos num só
sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor
ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está...
talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
pedra preciosa de olhar
ela só precisa existir
para me completar...
ela une o mar
com o meu olhar
ela só precisa existir
pra me completar...
une o meu viver
com o seu viver
ela só precisa existir
para me completar...
Ela une todas as coisas
Jorge Vercilo
sábado, 30 de agosto de 2008
domingo, 17 de agosto de 2008
Um banquinho e um violão sedutores
Pra desplugar um pouco dessa loucura em que se transformou meus dias, desliguei. Faz uma semana que vi um outdoor com o show de Rosa Passos. Ela tem uma voz, doce, suave e extremamente forte, quando é preciso. Uma atração completa: canta, toca, dança, simplesmente maravilhosa. Alexandre Leão, abriu o espetáculo. Acompanho as músicas dele faz um tempo. Um show assim, PERFEITO! É pena que ambos, baianos, sejam tão pouco conhecidos aqui dentro do estado. Ela faz mais turnê nos Estados Unidos, Europa e Ásia, como disse na apresentação. Ele também encontrou mais divulgação, e acho que até mesmo apoio, no Sudeste. Tipo de coisa que continuo sem compreender por aqui!
Não importa se por curiosidade ou pela propaganda boca-a-boca ou mesmo pelo valor do ingresso (R$ 20,00, inteira), o fato é que a Sala Principal do Teatro Castro Alves estava lotada e os ingressos esgotados! Programados dois dias de show, fui no sábado, o primeiro. Releituras, músicas novas e homenagens a Caymmi, que faleceu nesse dia, tornaram o show mais emocionante. Os músicos que acompanhavam ambos eram outro espetáculo. E, de repente, Alexandre convida Mário Ulhôa! Foi mesmo uma noite especial pra quem gosta de música instrumental, pra quem gosta de jazz, pra quem gosta da boa música brasileira interpretada à baiana.
Não importa se por curiosidade ou pela propaganda boca-a-boca ou mesmo pelo valor do ingresso (R$ 20,00, inteira), o fato é que a Sala Principal do Teatro Castro Alves estava lotada e os ingressos esgotados! Programados dois dias de show, fui no sábado, o primeiro. Releituras, músicas novas e homenagens a Caymmi, que faleceu nesse dia, tornaram o show mais emocionante. Os músicos que acompanhavam ambos eram outro espetáculo. E, de repente, Alexandre convida Mário Ulhôa! Foi mesmo uma noite especial pra quem gosta de música instrumental, pra quem gosta de jazz, pra quem gosta da boa música brasileira interpretada à baiana.
“Pau de dá em doido”
Bons contatos, digo e repito, são sempre importantes e, por que não, essenciais algumas vezes. Semana passada ia a uma reunião de trabalho quando Venâncio, um velho amigo, professor me ligou dizendo que me indicou pra um trabalho temporário num jornal de grande circulação. Era uma quinta-feira e, como combinado, passei lá depois da reunião. Comecei na sexta. Não tinha experiência em redação até então e apesar de toda novidade, de todos os dias serem mesmo diferentes, meu time não bateu. Redação, definitivamente, não é a minha. Não são atividades complicadas, mas gosto de ter tempo pra preparar as coisas, pensar, repensar. Texto em 5 linhas às vezes dá um trabalho... Sem contar no ego de alguns colegas. Jornalista se acha, né? E por que mesmo??!! Ainda bem que só tem figura na equipe em que estou. São todos gente finíssima. Meus editores são um ex-colega de faculdade e esse meu professor. Tô em casa!
Venâncio é desses presentes que ganhei da faculdade. Sempre ali de orelhas, braços e, sobretudo, coração abertos desde o tempo das aulas e mais ainda depois da graduação. A previsão é que fique até o final do mês, por conta das olimpíadas. O horário que é massa, minha cara: das 17h até 0h. Pra quem quase não dorme mesmo, tá bacana. E, como Jah não quer nada mal feito, a agência me chamou pra outro freela. Pego lá de manhã, de 10h às 16:45, atravesso a rua e estou no jornal. Será que vou ser a primeira pessoa a ficar rica trabalhando?? Se não tiver um piripaque antes, se eu viver (ou sobreviver), eu conto.
Venâncio é desses presentes que ganhei da faculdade. Sempre ali de orelhas, braços e, sobretudo, coração abertos desde o tempo das aulas e mais ainda depois da graduação. A previsão é que fique até o final do mês, por conta das olimpíadas. O horário que é massa, minha cara: das 17h até 0h. Pra quem quase não dorme mesmo, tá bacana. E, como Jah não quer nada mal feito, a agência me chamou pra outro freela. Pego lá de manhã, de 10h às 16:45, atravesso a rua e estou no jornal. Será que vou ser a primeira pessoa a ficar rica trabalhando?? Se não tiver um piripaque antes, se eu viver (ou sobreviver), eu conto.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Fãozinho
A noite foi de cão. Literalmente. Rafão amanheceu com a boca cheia de espuma, estranho, sem brincar como de costume. Minha mãe havia me acordado antes das seis da manhã pra dizer que ele estava se batendo no chão. Mais que o susto de imaginar a cena, foi o desespero da mainha. Levantei e liguei imediatamente pra um amigo que é veterinário e que cuidou dele nas últimas consultas.
Pouco mais das sete, Mateus estava aqui pronto pra examinar, limpar, fazer coleta. Tem de tudo naquela maleta vermelha dele. Botou McGiver no chinelo!
Quatro pessoas pra segurar um pastor alemão pra conseguir coletar seu sangue. Que batalha! Pelas características à primeira vista, Dr. Têu acreditou ser envenenamento. Medicado, Rafão voltou ao normal, se alimentou, brincou, bebeu água e fez litros de xixi!
Saí, tinha duas reuniões de trampo marcadas. Minha mãe me liga: rafão teve outra crise. Encontro Mateus pra me dar uma receita pra comprar um remédio tarja preta. Na realidade, nosso cachorro está sofrendo de alguma doença que provoca crises tipo epilepsia. Parece um pesadelo! Nosso cachorrinho cuidado com tanto mimo. Tratado como um rapazinho! Têu disse que é difícil esse tipo de problema num pastor. Acho que fomos sorteadas. Agora é remédio pro resto da vida, mais atenção e cuidado.
É estranho. Eles são tão parecidos, igualmente vulneráveis às ações do tempo ou não. Eu estiquei mais um pouco, como de costume, mas mãe montou guarda a noite toda. Agora, já dia, cá estou eu babá de cachorro. Mas não é qualquer um, é o meu cachorro. Por enquanto invertemos os papéis e é ele quem está precisando dos cuidados e proteção que nos dispensou por noites a fio.
Pouco mais das sete, Mateus estava aqui pronto pra examinar, limpar, fazer coleta. Tem de tudo naquela maleta vermelha dele. Botou McGiver no chinelo!
Quatro pessoas pra segurar um pastor alemão pra conseguir coletar seu sangue. Que batalha! Pelas características à primeira vista, Dr. Têu acreditou ser envenenamento. Medicado, Rafão voltou ao normal, se alimentou, brincou, bebeu água e fez litros de xixi!
Saí, tinha duas reuniões de trampo marcadas. Minha mãe me liga: rafão teve outra crise. Encontro Mateus pra me dar uma receita pra comprar um remédio tarja preta. Na realidade, nosso cachorro está sofrendo de alguma doença que provoca crises tipo epilepsia. Parece um pesadelo! Nosso cachorrinho cuidado com tanto mimo. Tratado como um rapazinho! Têu disse que é difícil esse tipo de problema num pastor. Acho que fomos sorteadas. Agora é remédio pro resto da vida, mais atenção e cuidado.
É estranho. Eles são tão parecidos, igualmente vulneráveis às ações do tempo ou não. Eu estiquei mais um pouco, como de costume, mas mãe montou guarda a noite toda. Agora, já dia, cá estou eu babá de cachorro. Mas não é qualquer um, é o meu cachorro. Por enquanto invertemos os papéis e é ele quem está precisando dos cuidados e proteção que nos dispensou por noites a fio.
O preço
Achava estranho quando escutava dizer que tudo tem seu preço. No fundo não entendia mesmo. Quase sempre meu ritmo devagar (quase parado às vezes), não me deixa perceber que as pessoas cobram mesmo: somos cobrados pelas idéias, pela postura, e mesmo falta delas... Que loucura!! Somos cobrados por tudo!!
Depois do texto anterior fui cobrada por alguns amigos. Engraçado. Depois, na cozinha de casa, comentei o que havia escrito e fui obrigada a prestar mais esclarecimentos. O mais estranho é que são as mesmas pessoas que me conhecem “desde que me entendo por gente”! Então precisei responder questões como: “por que é que você defende tanto seus amigos gays? E que idéia é essa de ser feliz com qualquer pessoa?”
É tão simples pra mim, por que não pode ser pra outras pessoas? Não é que defenda meus amigos gays. Defendo meus amigos, oras! Por acaso eles são gays, negros, de bolinha lilás, carecas, gorduchos, barriga verde, bunda grande, “chulados” sei lá. São meus amigos, são seres humanos e merecem, no mínimo, respeito por sua diversidade! O que há de tão estranho nisso? Por que deveria ter outra atitude em relação a eles? Por que não podem ser felizes como são e/ou fazendo o que querem? Não estou falando de aceitação ou entendimento. Alguns deles seriam mais felizes se suas famílias apenas os respeitassem.
Tenho uma prima que carrega no pescoço uma cicatriz enorme que corta de um lado a outro. Acaso a amo menos por isso? Ao contrário, é a que mais sou chegada, apesar da correria. Tenho outra com a pele amarela, os cabelos cacheados, mas o nariz não nega o parentesco! Usou aparelhos ortopédicos por anos e tem os dois últimos dedos dos pés do mesmo tamanho. Pense são quatro dedos do mesmo tamanho (que diferente, não?!). Vê o tamanho da bobagem? Dá pra entender por que é tão mesquinho julgar o diferente?
Então, tá explicado? Ora bolas...
Depois do texto anterior fui cobrada por alguns amigos. Engraçado. Depois, na cozinha de casa, comentei o que havia escrito e fui obrigada a prestar mais esclarecimentos. O mais estranho é que são as mesmas pessoas que me conhecem “desde que me entendo por gente”! Então precisei responder questões como: “por que é que você defende tanto seus amigos gays? E que idéia é essa de ser feliz com qualquer pessoa?”
É tão simples pra mim, por que não pode ser pra outras pessoas? Não é que defenda meus amigos gays. Defendo meus amigos, oras! Por acaso eles são gays, negros, de bolinha lilás, carecas, gorduchos, barriga verde, bunda grande, “chulados” sei lá. São meus amigos, são seres humanos e merecem, no mínimo, respeito por sua diversidade! O que há de tão estranho nisso? Por que deveria ter outra atitude em relação a eles? Por que não podem ser felizes como são e/ou fazendo o que querem? Não estou falando de aceitação ou entendimento. Alguns deles seriam mais felizes se suas famílias apenas os respeitassem.
Tenho uma prima que carrega no pescoço uma cicatriz enorme que corta de um lado a outro. Acaso a amo menos por isso? Ao contrário, é a que mais sou chegada, apesar da correria. Tenho outra com a pele amarela, os cabelos cacheados, mas o nariz não nega o parentesco! Usou aparelhos ortopédicos por anos e tem os dois últimos dedos dos pés do mesmo tamanho. Pense são quatro dedos do mesmo tamanho (que diferente, não?!). Vê o tamanho da bobagem? Dá pra entender por que é tão mesquinho julgar o diferente?
Então, tá explicado? Ora bolas...
domingo, 3 de agosto de 2008
Coisa de macho e fêmea também!
Esses dias em meio a tanto trabalho - que tem me absorvido de maneira louca, graças a Jah - pensei em uma de nossas necessidades hoje. A coragem. “Não entendi!”, alguém pode até pensar. Mas justamente trabalhando que cheguei a esse raciocínio. Depois de ficar emendando finais de semana, resolvi desligar o celular no sábado e me mandar pra Arembepe. Já contei isso.
Levei minha análise pra outros campos e situações. Resolvi fazer outra faculdade: história. Decisão de caráter irrevogável! Vou entrar como portador de diploma, sem ter que passar por todo processo normal do vestibular. Haverá seleção, lógico, mas acredito que seja menos complicado. É, eu sei que preciso de coragem pra mais três anos numa faculdade e uma área em que a única perspectiva parece ser o ensino. Educação? Bahia? Brasil? “Isso não é ato de coragem, é suicídio”, me disse um primo. “Foi-se o tempo de uma, duas faculdades!!”, completou. Não que não me sinta mais jornalista, as áreas são afins. E tenho trabalhado em projetos que me apontam a educação como saída, e isso não é novidade. Além disso conhecimento nunca é demais e é uma das poucas coisas que ninguém leva da gente.
Uma amiga está com um parente com câncer internado há mais de um mês! Vinha apresentando melhoras e, de repente, começou a piorar. O estado dele se agrava a cada 24 horas num processo muito rápido. Os médicos dizem que já não há mais muito que fazer. Acho que ele não tem quarenta ainda. Ela trabalha tanto ou até mais que eu e depois do susto, de ver a situação do primo, resolveu rever conceitos, viver um pouco. Está decidida a fechar o escritório pelo menos uma hora antes em alguns dias na semana. Uma hora longe de quatro paredes, pra qualquer coisa: andar na praia, conversar, ir ao cinema ou mesmo dormir. A vida nos prega cada peça, não é mesmo?
Mas não somente os sustos deveriam merecer novas atitudes. É preciso coragem pra sair do conforto da casa dos pais, sobretudo hoje em dia. Também tenho amigos passando por essa. Alguns encarando casamentos. O primeiro, o segundo, o terceiro, por que não?
Aliás, relacionamentos são situações sempre merecedoras de atos de coragem, não? Que tal mudar de “orientação sexual” aos trinta, aos quarenta ou mesmo aos cinqüenta? Dá pra deixar de ser feliz com alguém que nos faz bem só porque é do mesmo sexo? Deve ser o igual mais diferente que já se viu... Nesse mundo cão de hoje onde encontrar a tal da “tampa” se configura em tarefa das mais complicadas? Não dá, né? Se jogue mesmo.
Esses e outros pensamentos, relatos e acontecimentos me fizeram querer viver mais, viver bem, viver com coragem de ser o que eu quero ser. Desliga o celular, passa dois dias acampando no meio do nada, vai ver um filme, comece seu primeiro romance, repense aquele cliente. Ele paga bem, mas às vezes a grana não compensa seu bem-estar. E isso quase sempre acontece!
Levei minha análise pra outros campos e situações. Resolvi fazer outra faculdade: história. Decisão de caráter irrevogável! Vou entrar como portador de diploma, sem ter que passar por todo processo normal do vestibular. Haverá seleção, lógico, mas acredito que seja menos complicado. É, eu sei que preciso de coragem pra mais três anos numa faculdade e uma área em que a única perspectiva parece ser o ensino. Educação? Bahia? Brasil? “Isso não é ato de coragem, é suicídio”, me disse um primo. “Foi-se o tempo de uma, duas faculdades!!”, completou. Não que não me sinta mais jornalista, as áreas são afins. E tenho trabalhado em projetos que me apontam a educação como saída, e isso não é novidade. Além disso conhecimento nunca é demais e é uma das poucas coisas que ninguém leva da gente.
Uma amiga está com um parente com câncer internado há mais de um mês! Vinha apresentando melhoras e, de repente, começou a piorar. O estado dele se agrava a cada 24 horas num processo muito rápido. Os médicos dizem que já não há mais muito que fazer. Acho que ele não tem quarenta ainda. Ela trabalha tanto ou até mais que eu e depois do susto, de ver a situação do primo, resolveu rever conceitos, viver um pouco. Está decidida a fechar o escritório pelo menos uma hora antes em alguns dias na semana. Uma hora longe de quatro paredes, pra qualquer coisa: andar na praia, conversar, ir ao cinema ou mesmo dormir. A vida nos prega cada peça, não é mesmo?
Mas não somente os sustos deveriam merecer novas atitudes. É preciso coragem pra sair do conforto da casa dos pais, sobretudo hoje em dia. Também tenho amigos passando por essa. Alguns encarando casamentos. O primeiro, o segundo, o terceiro, por que não?
Aliás, relacionamentos são situações sempre merecedoras de atos de coragem, não? Que tal mudar de “orientação sexual” aos trinta, aos quarenta ou mesmo aos cinqüenta? Dá pra deixar de ser feliz com alguém que nos faz bem só porque é do mesmo sexo? Deve ser o igual mais diferente que já se viu... Nesse mundo cão de hoje onde encontrar a tal da “tampa” se configura em tarefa das mais complicadas? Não dá, né? Se jogue mesmo.
Esses e outros pensamentos, relatos e acontecimentos me fizeram querer viver mais, viver bem, viver com coragem de ser o que eu quero ser. Desliga o celular, passa dois dias acampando no meio do nada, vai ver um filme, comece seu primeiro romance, repense aquele cliente. Ele paga bem, mas às vezes a grana não compensa seu bem-estar. E isso quase sempre acontece!
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