Esses dias em meio a tanto trabalho - que tem me absorvido de maneira louca, graças a Jah - pensei em uma de nossas necessidades hoje. A coragem. “Não entendi!”, alguém pode até pensar. Mas justamente trabalhando que cheguei a esse raciocínio. Depois de ficar emendando finais de semana, resolvi desligar o celular no sábado e me mandar pra Arembepe. Já contei isso.
Levei minha análise pra outros campos e situações. Resolvi fazer outra faculdade: história. Decisão de caráter irrevogável! Vou entrar como portador de diploma, sem ter que passar por todo processo normal do vestibular. Haverá seleção, lógico, mas acredito que seja menos complicado. É, eu sei que preciso de coragem pra mais três anos numa faculdade e uma área em que a única perspectiva parece ser o ensino. Educação? Bahia? Brasil? “Isso não é ato de coragem, é suicídio”, me disse um primo. “Foi-se o tempo de uma, duas faculdades!!”, completou. Não que não me sinta mais jornalista, as áreas são afins. E tenho trabalhado em projetos que me apontam a educação como saída, e isso não é novidade. Além disso conhecimento nunca é demais e é uma das poucas coisas que ninguém leva da gente.
Uma amiga está com um parente com câncer internado há mais de um mês! Vinha apresentando melhoras e, de repente, começou a piorar. O estado dele se agrava a cada 24 horas num processo muito rápido. Os médicos dizem que já não há mais muito que fazer. Acho que ele não tem quarenta ainda. Ela trabalha tanto ou até mais que eu e depois do susto, de ver a situação do primo, resolveu rever conceitos, viver um pouco. Está decidida a fechar o escritório pelo menos uma hora antes em alguns dias na semana. Uma hora longe de quatro paredes, pra qualquer coisa: andar na praia, conversar, ir ao cinema ou mesmo dormir. A vida nos prega cada peça, não é mesmo?
Mas não somente os sustos deveriam merecer novas atitudes. É preciso coragem pra sair do conforto da casa dos pais, sobretudo hoje em dia. Também tenho amigos passando por essa. Alguns encarando casamentos. O primeiro, o segundo, o terceiro, por que não?
Aliás, relacionamentos são situações sempre merecedoras de atos de coragem, não? Que tal mudar de “orientação sexual” aos trinta, aos quarenta ou mesmo aos cinqüenta? Dá pra deixar de ser feliz com alguém que nos faz bem só porque é do mesmo sexo? Deve ser o igual mais diferente que já se viu... Nesse mundo cão de hoje onde encontrar a tal da “tampa” se configura em tarefa das mais complicadas? Não dá, né? Se jogue mesmo.
Esses e outros pensamentos, relatos e acontecimentos me fizeram querer viver mais, viver bem, viver com coragem de ser o que eu quero ser. Desliga o celular, passa dois dias acampando no meio do nada, vai ver um filme, comece seu primeiro romance, repense aquele cliente. Ele paga bem, mas às vezes a grana não compensa seu bem-estar. E isso quase sempre acontece!
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