A noite foi de cão. Literalmente. Rafão amanheceu com a boca cheia de espuma, estranho, sem brincar como de costume. Minha mãe havia me acordado antes das seis da manhã pra dizer que ele estava se batendo no chão. Mais que o susto de imaginar a cena, foi o desespero da mainha. Levantei e liguei imediatamente pra um amigo que é veterinário e que cuidou dele nas últimas consultas.
Pouco mais das sete, Mateus estava aqui pronto pra examinar, limpar, fazer coleta. Tem de tudo naquela maleta vermelha dele. Botou McGiver no chinelo!
Quatro pessoas pra segurar um pastor alemão pra conseguir coletar seu sangue. Que batalha! Pelas características à primeira vista, Dr. Têu acreditou ser envenenamento. Medicado, Rafão voltou ao normal, se alimentou, brincou, bebeu água e fez litros de xixi!
Saí, tinha duas reuniões de trampo marcadas. Minha mãe me liga: rafão teve outra crise. Encontro Mateus pra me dar uma receita pra comprar um remédio tarja preta. Na realidade, nosso cachorro está sofrendo de alguma doença que provoca crises tipo epilepsia. Parece um pesadelo! Nosso cachorrinho cuidado com tanto mimo. Tratado como um rapazinho! Têu disse que é difícil esse tipo de problema num pastor. Acho que fomos sorteadas. Agora é remédio pro resto da vida, mais atenção e cuidado.
É estranho. Eles são tão parecidos, igualmente vulneráveis às ações do tempo ou não. Eu estiquei mais um pouco, como de costume, mas mãe montou guarda a noite toda. Agora, já dia, cá estou eu babá de cachorro. Mas não é qualquer um, é o meu cachorro. Por enquanto invertemos os papéis e é ele quem está precisando dos cuidados e proteção que nos dispensou por noites a fio.
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