Durante os seis dias do Carnaval em Salvador, 288 denúncias de casos de discriminação racial foram registradas pelos sete postos do Observatório da Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e LGBT, implantados nos três circuitos oficiais da folia – Dodô, Osmar e Batatinha (Barra, Campo Grande e Pelourinho, respectivamente). O Observatório é um órgão vinculado à Secretaria Municipal da Reparação (Semur).
O estudo revela que a cada dia da maior festa de rua do planeta, aproximadamente, 50 pessoas foram discriminadas em algum momento da folia, em um dos três circuitos oficiais. Além dos dados sobre racismo, o Observatório registrou, ainda, as denúncias de violência contra a mulher (188) e de homofobia (18 casos).
De acordo com o secretário municipal da Reparação Ailton Ferreira, os dados recolhidos pelo órgão possiblitam que determinados comportamentos sociais, que insistem em ser negados, possam ser revelados. “O racista não deixa de discriminar porque é Carnaval. Ele também veste abadá e vai para a rua. Por isso, o principal papel do Observatório é educar”, afirma Ailton Ferreira.
Denúncias
O número de denúncias aumenta a cada ano. Em 2011, foram registradas no Observatório 237 casos, 51 a menos que este ano, uma diferença de 21,5%. No Ministério Público da Bahia, entre os anos de 1998 e 2011, foram registrados 836 casos de injúria racista e de racismo.
Coordenador nacional da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Jerônimo Júnior, acredita que o aumento das denúncias é reflexo da conscientização da população: "O Carnaval é reflexo da sociedade. Por isso consideramos que não houve aumento, mas sim a percepção de uma realidade existente, pois a formação de nossa sociedade é racista", explica o Jerônimo.
As informações são do jornal A Tarde | Maíra Azevedo
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