sexta-feira, 21 de março de 2008

Mais um suburbano coração

Entendi o significado da palavra comunidade. Não fui buscar no dicionário, nem google, nem nada do tipo. Fui lá mesmo. Ver de perto, entender o que se passa no dia a dia de pessoas que moram aqui atrás, no chamado Subúrbio Ferroviário. Vindo pelas “quebradas” da rua aqui de trás, da Rua Velha de Pirajá, pode-se chegar a Alto do Cabrito, Parque São Bartolomeu, Paripe, Periperi. Então, considerando o lugar onde vivo, me descobri uma suburbana! Mas, fui além da simples geografia da soterópolis e descobri mais que isso: apesar de não ter visto negado meu direito à educação e moradia de qualidade, sou suburbana na medida em que (apesar dos pesares) aposto na cidadania como fator incondicional para melhoria de vida.

Daquele papo de precisar me engajar em algum movimento social, acabei ganhando um presente: trabalhar na assessoria de um movimento social. Há uma semana participo de reuniões e discuto projetos. E colocamos a mão na massa, sim! O grupo tem uma série de sub-grupos com atividades variadas: dança, capoeira, música, teatro. E eles vão atrás de patrocínio, parceria ou qualquer tipo de ajuda ou colaboração.

Acompanhei uma apresentação teatral numa escola municipal. A trupe era pequena, apenas três atores e eles se desdobravam através de dois bonecos e um palhaço. A apresentação também foi simples, com pouco mais de vinte minutos de músicas e brincadeiras infantis. Grande mesmo era a euforia dos meninos. Nossa chegada já causara impacto (nem podia ser diferente com aqueles bonecos, tipo carnaval de Recife!).

A sede do movimento também contrasta com a grandiosidade dos projetos e força de vontade dos envolvidos. Tudo é muito simples, mas é de todos. Mas, a vida não é mesmo um mar de rosas, sobretudo para essas comunidades praticamente excluídas dos muitos processos. As histórias de violência estão presentes, ainda que motivem as ações. São histórias tristes, dessas que costumava ver, ler e ouvir nos noticiários. Creio que chegou a hora de mudar algumas delas. É mais que tempo de reverter esse quadro!





Meninos da Escola Municipal Úrsula Catarino, em Plataforma, na farra, esperando a apresentação.





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