Organizar, lavar, passar, cozinhar, arrumar, limpar e depois ainda checar se tudo está a contento! Fala aí, a jornada doméstica não é o conjunto de atividades mais injusto que se tem conhecimento? Eu nunca ouvi mulher alguma expressar (nem no seu dia mais louco de TPM): “ah, como eu adoro lavar louça!” ou “a melhor hora do meu sábado é quando pego aquela pilha de roupas pra passar. Me sinto realizada!”. Eu hein! Até pode ter tido alguma (sei lá, tem louco pra tudo), mas, seguramente, não nesse século.
Tenho lido sobre feminismo e movimentos feministas por conta do mestrado. Não sei se (só) por influência de minhas últimas leituras, mas agradeço a Bertha Lutz, Nísia Floresta e outras tantas pioneiras que desde os anos 30 brigam por espaço e igualdade de direitos e abriram os caminhos pra que eu possa escrever hoje. Penso que não é só deixar de cumprir as tais atividades quando possível, mas é uma questão de divisão de tarefas.
Aqui em casa, nosso suporte nas atividades nunca foi uma preocupação de minha mãe, muito menos nossa. Chegando da escola só tínhamos que tomar banho e fazer os exercícios. Quando fomos crescendo e as tarefas aumentando, mãe tinha que falar muitas vezes até uma de nós tomar a iniciativa, afinal não era costume. Até hoje é assim. Lembro que fiz um curso de prendas domésticas numa escola famosa aqui. Isso foi lá pros meus 10 anos, acho (alguém pode imaginar isso?). Eu achava um saco aquelas aulas, aquelas meninas. Os dias de pintura me relaxavam e a farra na cozinha era a parte boa das aulas.
A verdade é que eu odeio trabalhos de casa! Mesmo! De mais a mais não fui criada para isso. De uma família na qual as mulheres são maioria (e os poucos homens são uns paus mandados) sempre ouvi dizer pra me cuidar e estudar antes de tudo. E assim mantenho. Não deixo de escrever, ler ou pesquisar pra lavar banheiro. A menos que precise de inspiração ou esteja fugindo, empurrando um trabalho com a barriga até onde der (então quando achar um texto ruim pode sugerir uma pilha de louça pra lavar).
Para a figura com quem tive um relacionamento próximo ao matrimônio tratei de avisar: “meu filho, eu não sou dona-de-casa!” (nada de letrinhas miúdas no rodapé do contrato). Mas não é que até nisso eu dei sorte? Ele gostava de fazer. Não se incomodava nem com as piadas de nossos amigos. E ainda me dizia que tudo que eu tinha de fazer era manter limpo. Moleza!
Com o final da relação, todas as criaturas que conheci adoravam cozinhar pra mim e até achavam graça dessa minha aversão. Vez em quando eu até fazia uma gracinha, lavando a louça. Não é que eu não saiba onde é minha cozinha. Eu cozinho e muito bem (minha lasanha é MA-RA-VI-LHO-AS. Claro que sem modéstia!! ). O que me chateia é a repetição. Todo dia cansa, igual a tudo na vida!
Os tempos são outros e as atividades triplicaram para qualquer ser humano. Ainda bem que a tecnologia está a nosso favor: lava, seca, aspira, cozinha. Na carona, outra visão da sociedade, dos ditos papéis de cada um. Pesquisas já apontam o aumento de Amélios por aí.
Mesmo assim, o fato é que nós mulheres temos feito muito mais. Dentro ou fora de casa (e graças a Jah com muito mais tesão). E não é ótimo quando aquele projeto finalmente sai da gaveta e ganha asas? Não é bacana ouvir – depois de um tempão de preparo - que seu trabalho ficou legal? Aí dá até vontade de fazer um jantarzinho!
E como não podia deixar de ser, tudo tem um lado b. O aumento da pressão em nossas cabeças era uma questão de lógica. E eis que além de brilhantes jornalistas, advogadas, escritoras, fisioterapeutas, químicas, geólogas, professoras (e lá se vai), à beira de pedir um dia com 25 horas, a gente ainda tem que ser inteligente, bonita, magra, sexy e divertida? A conta dos sutiãs queimados... Ah, o preço dos tempos modernos!
Tenho lido sobre feminismo e movimentos feministas por conta do mestrado. Não sei se (só) por influência de minhas últimas leituras, mas agradeço a Bertha Lutz, Nísia Floresta e outras tantas pioneiras que desde os anos 30 brigam por espaço e igualdade de direitos e abriram os caminhos pra que eu possa escrever hoje. Penso que não é só deixar de cumprir as tais atividades quando possível, mas é uma questão de divisão de tarefas.
Aqui em casa, nosso suporte nas atividades nunca foi uma preocupação de minha mãe, muito menos nossa. Chegando da escola só tínhamos que tomar banho e fazer os exercícios. Quando fomos crescendo e as tarefas aumentando, mãe tinha que falar muitas vezes até uma de nós tomar a iniciativa, afinal não era costume. Até hoje é assim. Lembro que fiz um curso de prendas domésticas numa escola famosa aqui. Isso foi lá pros meus 10 anos, acho (alguém pode imaginar isso?). Eu achava um saco aquelas aulas, aquelas meninas. Os dias de pintura me relaxavam e a farra na cozinha era a parte boa das aulas.
A verdade é que eu odeio trabalhos de casa! Mesmo! De mais a mais não fui criada para isso. De uma família na qual as mulheres são maioria (e os poucos homens são uns paus mandados) sempre ouvi dizer pra me cuidar e estudar antes de tudo. E assim mantenho. Não deixo de escrever, ler ou pesquisar pra lavar banheiro. A menos que precise de inspiração ou esteja fugindo, empurrando um trabalho com a barriga até onde der (então quando achar um texto ruim pode sugerir uma pilha de louça pra lavar).
Para a figura com quem tive um relacionamento próximo ao matrimônio tratei de avisar: “meu filho, eu não sou dona-de-casa!” (nada de letrinhas miúdas no rodapé do contrato). Mas não é que até nisso eu dei sorte? Ele gostava de fazer. Não se incomodava nem com as piadas de nossos amigos. E ainda me dizia que tudo que eu tinha de fazer era manter limpo. Moleza!
Com o final da relação, todas as criaturas que conheci adoravam cozinhar pra mim e até achavam graça dessa minha aversão. Vez em quando eu até fazia uma gracinha, lavando a louça. Não é que eu não saiba onde é minha cozinha. Eu cozinho e muito bem (minha lasanha é MA-RA-VI-LHO-AS. Claro que sem modéstia!! ). O que me chateia é a repetição. Todo dia cansa, igual a tudo na vida!
Os tempos são outros e as atividades triplicaram para qualquer ser humano. Ainda bem que a tecnologia está a nosso favor: lava, seca, aspira, cozinha. Na carona, outra visão da sociedade, dos ditos papéis de cada um. Pesquisas já apontam o aumento de Amélios por aí.
Mesmo assim, o fato é que nós mulheres temos feito muito mais. Dentro ou fora de casa (e graças a Jah com muito mais tesão). E não é ótimo quando aquele projeto finalmente sai da gaveta e ganha asas? Não é bacana ouvir – depois de um tempão de preparo - que seu trabalho ficou legal? Aí dá até vontade de fazer um jantarzinho!
E como não podia deixar de ser, tudo tem um lado b. O aumento da pressão em nossas cabeças era uma questão de lógica. E eis que além de brilhantes jornalistas, advogadas, escritoras, fisioterapeutas, químicas, geólogas, professoras (e lá se vai), à beira de pedir um dia com 25 horas, a gente ainda tem que ser inteligente, bonita, magra, sexy e divertida? A conta dos sutiãs queimados... Ah, o preço dos tempos modernos!
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