Já teve aquela vez em que não estava a fim de fazer absolutamente nada? Estive assim por uns dias. E como minha bola anda murcha (ou, de repente, até não) lá em cima, com o Homi, inda apareceu um monte de trabalho pra fazer. Não deu pra escrever, as idéias não vinham. Ao menos, as boas. E assim, na pressão dos trabalhos, comecei dar aqueles famosos loopings, sabe como é? As idéias vêm, sempre as mesmas e quase todas pouco aproveitáveis!!! Resolvi parar e ouvir rádio.
Comecei só com notícias. Mas pra alguém que tá sempre ralando, cheia de coisas a fazer - sem o menor saco -, ouvir como os caras em Brasília “levantam uma graninha”, sem cerimônia, metendo a mão no meu e no seu bolso, não foi de muita serventia. Ainda assim, fiz uso da melhor ferramenta de nosso regime democrático: mudei. Girei o botão.
Meu radinho sintoniza sempre as mesmas cinco emissoras. Tenho alguns horários especiais. São programas de uma ou duas horas, específicos de MPB ou entrevistas e coisas do tipo. Com perfis parecidos, por vezes as rádios passam as mesmas canções. E lá vou eu de novo, exercer minha cidadania: aproveitando computador ligado, escolhi meus mp3.
Ah, o poder da escolha. Agora sim me encontrei. Começo com Ed Motta, Simoninha, Bebel, Vanessa da Mata, Jorge Ben, MonoBloco, Melodia, Ney Matogrosso e Pedro Luis e outras figuras. Já escutou músicas ouvindo?? É pra enfatizar mesmo! Quantas vezes a gente olha e não vê, escuta e não ouve? Quase sempre não prestamos atenção às letras. Nesses momentos descubro e reitero algumas paixões: Martnália, Moska, Negra Li. Tenho aqui uns clássicos de Roberto Carlos, anos 60/70, claro. Letras fortes, um quê de anárquicas. Românticas sem ser muito melosas. Taí, gostei.
Mas, o que não dá pra esconder mesmo é minha total idolatria às poesias de Lenine, Djavan, Vinícius, Toquinho, Tom, Chico Buarque e nosso Ministro/Cantor Gilberto Gil (não exatamente nessa ordem ou seguindo ordem alguma). Sem querer tirar onda de cabeção, menininha papo-cabeça, mas a gente tem o que cantar né não? Tá, tudo bem, Gil quando inventa de fazer seus aê aê, leva meia hora do show. Mas afinal, considere que é um aê aê de Gilberto Gil! Trata-se de uma firula musical ministerial, ora pois! É mais forte que eu mostrar meu lado elitista quando o assunto é música.
Outro dia abrindo caixas ainda da mudança (êita coisa que não acaba nunca), encontrei uns vinis. Só pérolas! Gravações antigas de Chico Buarque – que, aliás, é o único homem que admito usar bigodes! -, Caymmi e toda sua deliciosa preguiça na voz, Tom, João Bosco. Não faço idéia de como veio parar aqui em casa. Tempos atrás meu tio andou fazendo umas doações. Deve ter vindo no pacote.
Obviamente, o nome do santo não me interessa muito. Milagre feito, passei uma tarde deliciosa. Graças a Jah ainda temos uma radiola (com tanta gente velha por metro quadrado e coisas antigas, uma tralha a mais não faz diferença aqui em casa)! E como diria Melô, num dos cd´s dele que tenho, “música é tão saudável, tão nutritivo!”. Pelo sim, pelo não, cá estou a escrever. Outras matérias também já saíram e umas paginazinhas de jornais também.
E nesse ritmo, só preciso me preocupar com uma coisa: a Polícia Federal. Se confisca meu HD é adeus relax e trabalho também! Já até tenho nome pra essa: Operação Música Na Veia!
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