Estava curiosa para assistir essa nova minissérie da Globo, Queridos Amigos. Estamos acompanhando, minha irmã caçula e eu. Ainda está, como ela denominou, na fase romântica. As chamadas me atraíram bastante e a história me pareceu conveniente, quer dizer, histórias que tratem amizades - especialmente as de muitos anos -, são sempre bem-vindas.
Meus comentários não são técnicos, minha visão é muito mais de telespectador comum: me encantam o figurino, os carros da época, as personagens curiosas. Os trechos históricos sobre as estratégias contra-ditadura são interessantes, mas obviamente sem aprofundamento, afinal não é interesse da Globo fazer pensar na intenção do movimento e o que é, de fato!
Mas um outro aspecto me pareceu bastante interessante: a entrega dos atores às suas personagens. Tá, até aí, nenhuma novidade, afinal é pra isso que eles recebem com bastante antecedência os perfis de cada uma. No entanto, nem todos conseguem – sempre - dar vida, brilho e convencer quem tá do outro lado da tela.
E nesse ponto, destaco a atuação de Bruno Garcia, no papel do escritor viúvo, Pedro e, obviamente Fernanda Montenegro, encarnando dona Iraci, mãe de Bia, ex-presa política, vivida por Denise Fraga. Devo salientar que o desempenho dos demais também é muito bom, calma lá!
Pedro, atormentado pelo acidente que vitimou sua esposa, parece só esperar a hora da própria morte. E é visível o sofrimento nos olhos, na fala e movimentos feitos pelo ator. Isso sem considerar os 8 quilos que perdeu, segundo uma revista. É uma performance melancólica sem ser melosa: é excelente.
Na contramão, segue Dona Fernanda Montenegro e sua Iraci. Presença confirmadíssima nos bailes e clubes da trama, esbanja saúde e vontade viver. A única coisa que a chateia é a condição da filha: quase quarentona, solteira, desempregada, sua dependente, portanto. Bia resolveu virar esotérica, astróloga. Iraci considera devaneios e atribui aos mal bocados vividos na prisão. Dona Fernanda dá literalmente um show de interpretação com a bon vivant!
Queridos amigos é baseado num livro (que obviamente deve ser bem mais interessante). Por alguns motivos, normalmente essas adaptações perdem muito. Foi assim com Estação Carandiru, de Dráuzio Varela e Senhora e Diva, de José de Alencar. Os livros são infinitamente melhor que a produção para às telas!
Tentei me conter e comentar de maneira mais simples possível pra não matar o clima de curiosidade de quem ainda não assistiu. Outro ponto que ajuda bastante a trama é a trilha sonora. Também de tirar chapéu! Pra quem ainda não viu, dá uma conferida. Até mesmo pra dizer que não é bem assim...
Um comentário:
Ahh... amiga! Não perco um episódio da trama de Maria Adelaide Amaral. O tom nostálgico dos personagens, a trilha (como vc mesmo citou) e as atuações são realmente incríveis! Os dramas vividos da forma como a vida é são muito bons!! Todos em busca de uma felicidade que eles nem sabem se existe mesmo ou não... tinha certeza absoluta que vc também estaria assistindo, rai. Beijão...do amigo, Juca.
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