
Ainda que especificamente essa separação fosse aguardada, fiquei muito triste. E, ao contrário do que a gente (também) esperava, meu queridíssimo amigo está abalado. Mesmo que, como todo macho que se preze, diga que não! Mas o que se há de fazer? O que mais fazer? Já diria Moska: “o que fazer com nosso amor se agora falamos pouco e o relógio da cozinha a nos contemplar?”
Pensei num monte de bobagens a lhe dizer. Só pra distrair mesmo. Qual nada..! Ele não precisava rir, precisava de dois ouvidos bem abertos e dois ombros largos. Lá estavam os meus. Lá estava eu. Foi bom estar e ajudar na coisa mais simples, mas não menos importante. Estivemos na mesma situação faz pouco tempo, embora assumindo papéis contrários.
Pensei quando anos atrás, e vindo de outros amigos, esse mesmo apoio foi essencial, quase decisivo pra me manter de pé, sair do buraco e enfrentar o mundo. A situação era bem diferente, confesso. Tava magoada e não havia filhos envolvidos. Não é o caso. Acredito que num primeiro instante passe pelo pseudo momento do alívio: os papos, a gostosa falsa-sensação da liberdade. Depois parece que nada funciona ou faz sentido.
Certo é que, querendo ou não, toda relação traz a reboque uma dorzinha quando chega ao fim: a dor da perda, a dor da traição, a dor da saudade, a frustração. Certo também é que o show não pode parar! Mais tempo atrás das cortinas pra uns, menos tempo pra outros e, por fim, e felizmente, esse é o desfecho pra todos: sair dessa!
Aqui estou amigo, quantas vezes precise, afinal, já cantava o MPB4: “o apreço não tem preço..!”.