domingo, 4 de maio de 2008

Ode às cores e sensações

Tantas vezes escrevi sobre essa paisagem, sobre o cair do sol visto aqui de casa. É hora de dividir um pouco com vocês, amigos!
Bem, é claro que deveríamos estar devidamente acompanhados de música. Como já havia escolhido Gandaia das ondas, de Lenine (salve salve, amém!), em outro texto, dessa vez a seleção foi bem bairrista. Até deu saudades de Santo Amaro. Viajem e divirtam-se!

O Trem das cores
Caetano Veloso


A franja na encosta

Cor de laranja

Capim rosa chá

O mel desses olhos luz, mel de cor ímpar


O ouro ainda não bem verde da serra, a prata do trem

A lua e a estrela, anel de turquesa

Os átomos todos dançam

Madruga, reluz neblina

Crianças cor de romã entram no vagão


O oliva da nuvem chumbo ficando

Pra trás da manhã

E a seda azul do papel que envolve a maçã...


As casas tão verde e rosa que vão passando ao nos ver passar

Os dois lados da janela

E aquela num tom de azul quase inexistente, azul que não há

Azul que é pura memória de algum lugar...


Teu cabelo preto, explícito objeto

Castanhos lábios

Ou, pra ser exato, lábios cor de açaí


E aqui, trem das cores sábios projetos:

Tocar na central

E o céu de um azul celeste celestial

Foto: Raildete Santana Trindade

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