“Mãe resolvi alguma coisa no meu aniversário, mas não quero festa. Pensei numa reuniãozinha aqui em casa mesmo, só com os de casa.”. E foi assim que surgiu a idéia. Não tava querendo festa porque além de gastar muito com lugar e comida ia me cansar. Festa eu quis fazer ano passado, comemorando minha entrada na terceira década, meus trinta. Mas devo admitir, esse ano, ainda que sem intenção, nada seria mais gostoso, mais bem aproveitado ou mais curtido por todos! Até mãe entrou na brincadeira e minha tia, literalmente, caiu no samba...!
Em momento algum pensei que pudesse ser tão bom. Da minha lista seleta – com muito esforço, devo dizer - muita gente não veio. Já me estressei quando vi que sobraria muita comida. Um caruru completo preparado a quatro mãos (mãe e tia). Pouca cerveja. Em tese, meus convidados não beberiam tanto. Acabou a cerva? Sem problemas ou cerimônia pra dizer a alguém pra comprar, eram todos de casa mesmo...
Aos poucos cada um foi se enturmando, abrindo a geladeira (né Juca??!), as panelas e, mesmo com a mesa bonitinha a postos na sala, foram se chegando – e ficando – na cozinha. Aliás, definitivamente, é o lugar da casa!
Depois de todos bem alimentados e bebidos e/ou embebedados, surgem dois violões. O suficiente, afinal onde já se viu festa sem música? Opa, não era pra ser uma festa, né? Mas, se festa é sinônimo de animação, gente feliz, comida boa - e 0800 – pessoas rindo, então, acabei promovendo uma. Juntei pessoas que não conseguiria no mesmo espaço numa semana comum, por exemplo, na correria cotidiana de cada um. Estava ali, de sandálias, em casa, muito feliz por recebê-los em casa de minha mãe, em minha casa. Mais contente por eles também se sentirem muito à vontade.
Senti falta de muita gente, lógico. Mas não dá pra ter tudo, afinal. E como toda criança, fiquei muito feliz com meus presentes, ainda que a velha frase: “É só uma lembrancinha” ecoasse vez em quando na noite. Há muito não me sentia tão bem numa festa de aniversário! Crianças, flores, amigos, música, família. Tudo registrado em muitas fotos, vídeos e lembranças...
Ia ser muito difícil escolher uma única imagem que ilustrasse tudo.
Muito obrigada pelo presente de estar com vocês, amigos.
Juca, você me deve uma malzebier e eu nunca mais vou esquecer isso...!
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Lulu ponto vida
Da série feliz aniversário – que eu sei que essa semana vai rolar muita surpresa – recebi uma ligação. Foi, sem sombra de dúvidas, a melhor coisa naquele finalzinho de tarde de quarta-feira. Uma ligação de Luiza Carla. Lu é dessas amigas que a gente vai levando, entrando na vida e permitindo que ela faça o mesmo e, quando nos damos conta, se passaram quase vinte anos.
Perdemos o contato, mantendo apenas para as cartas de final de ano e aniversários. Uns anos atrás, quando conversamos como há duas décadas, me disse estar muito doente. Fiquei preocupada. Precisava de uma cirurgia. Mudou-se para o interior. Ano passado falou comigo no meu aniversário, muito rapidamente e desde então ficamos sem nos falar. Sem notícias e precisando operar, tentei falar na casa de sua mãe aqui em Salvador, sem sucesso. Passei a ter sonhos. Comecei ficar receosa e temia pelo que poderia ouvir do outro lado da linha. Simplesmente desisti de querer falar com a mãe dela. Mas que maluquice! Ainda que eu já saiba que esse é o caminho natural de todos nós, não seria nada fácil pra mim ouvir Rejane, a irmã, ou dona Manza! Não mesmo!
Até em minha mania sinistra de ler obituário, dei uma diminuída. Sabe-se lá, né?! Não seria a primeira vez que reconheceria alguém. Felizmente não foi. Fiquei emocionada. Luiza é muito especial. É por ela que minha filha – quando resolver – vai se chamar Maria Luiza. O primeiro nome é por minha conta. Passei o resto da noite lembrando coisas desde 1989, quando nos conhecemos no Centro Educacional Guiomar Muniz Pereira. Bons tempos e a gente não fazia idéia.
Falávamos por cartas e finamente trocamos endereço de email. A cabeça de Luiza continua a mesma: apaixonada e apaixonante. Sempre em busca do grande amor de sua vida. Luiza é mesmo a última romântica. E ainda riu do meu receio. Pergunto a ela o endereço do email e ela me vem com lulu.vida. Foi inevitável não pensar em nossos papos antes, durante e depois das aulas. E me senti muito feliz com tudo aquilo. Aliviada por ter notícias suas, por saber que ela está bem.
Perdemos o contato, mantendo apenas para as cartas de final de ano e aniversários. Uns anos atrás, quando conversamos como há duas décadas, me disse estar muito doente. Fiquei preocupada. Precisava de uma cirurgia. Mudou-se para o interior. Ano passado falou comigo no meu aniversário, muito rapidamente e desde então ficamos sem nos falar. Sem notícias e precisando operar, tentei falar na casa de sua mãe aqui em Salvador, sem sucesso. Passei a ter sonhos. Comecei ficar receosa e temia pelo que poderia ouvir do outro lado da linha. Simplesmente desisti de querer falar com a mãe dela. Mas que maluquice! Ainda que eu já saiba que esse é o caminho natural de todos nós, não seria nada fácil pra mim ouvir Rejane, a irmã, ou dona Manza! Não mesmo!
Até em minha mania sinistra de ler obituário, dei uma diminuída. Sabe-se lá, né?! Não seria a primeira vez que reconheceria alguém. Felizmente não foi. Fiquei emocionada. Luiza é muito especial. É por ela que minha filha – quando resolver – vai se chamar Maria Luiza. O primeiro nome é por minha conta. Passei o resto da noite lembrando coisas desde 1989, quando nos conhecemos no Centro Educacional Guiomar Muniz Pereira. Bons tempos e a gente não fazia idéia.
Falávamos por cartas e finamente trocamos endereço de email. A cabeça de Luiza continua a mesma: apaixonada e apaixonante. Sempre em busca do grande amor de sua vida. Luiza é mesmo a última romântica. E ainda riu do meu receio. Pergunto a ela o endereço do email e ela me vem com lulu.vida. Foi inevitável não pensar em nossos papos antes, durante e depois das aulas. E me senti muito feliz com tudo aquilo. Aliviada por ter notícias suas, por saber que ela está bem.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Um lembrete
Jornalista, o segundo Deus, segundo alguns
A experiência na redação por si somente tem sido uma coisa boa, afinal, aprender nunca é demais. Mas vou guardar passagens muito especiais. Embora deva admitir que vez em quando é bom usar a pose e o (pseudo) poder que as pessoas de comunicação exalam junto com o perfume ou suor. Penso até que muito mais suor e pose. Fato é que tenho feito muito trabalho na rua essas duas semanas, feito cobertura de um protesto atrás do outro. Cobri duas ocupações do MST e uma reivindicação de médicos do Estado. Esta mais branda, afinal eram todos doutores, não iriam baixar o nível com palavras de ordem, gritos e coisas do gênero. Uma meia-dúzia de doutores muito bem vestidos e bem alimentados com megafone em frente à sede do poder administrativo do Estado.
As outras duas, caros amigos, devo confessar com todo o fracasso que a tal imparcialidade jornalística me permite, MUITO MAIS APAIXONADA! E, por assim o ser, devo também dizer que quando essa massa oprimida em becos, vielas e barracos resolver sair, de verdade, não sobrará uma só pedrinha... Sem querer ser catastrófica, mas já parecendo, eles brigam, olham no olho, enfrentam. A última, nessa segunda-feira, foi uma ocupação no Lobato, bairro já castigado pela marginalização da sociedade, como qualquer outro aqui do Subúrbio. A polícia chegou armada, sem querer muita conversa. Preciso dizer também que levei um susto como ainda não tinha acontecido. Afinal, não me dei conta desse tipo de perigo quando peguei o canudo.
Mas, exposições à parte, tomei gosto. Resolvi também mostrar minha arma: uma câmera fotográfica! Do meio daquela gente sai uma magrela, baixinha. Pois lá estavam a pose e o suor personificados (nessa situação foi muito mais suor)... Saquei a “bixinha” e fiz uns disparos. E não é que, pelo sim, pelo não, funcionou? Longe de mim achar que intimidei alguém, mas contra qualquer imagem mais violenta, difícil seriam os argumentos.
Foi interessante. Foi emocionante também receber abraços e agradecimentos das pessoas dali, como se tivesse mesmo poder para resolver seus problemas. Não vou ser hipócrita a ponto de dizer que estamos na mesma situação, mas na hora da balança, não teria dúvidas em escolher um lado.
As outras duas, caros amigos, devo confessar com todo o fracasso que a tal imparcialidade jornalística me permite, MUITO MAIS APAIXONADA! E, por assim o ser, devo também dizer que quando essa massa oprimida em becos, vielas e barracos resolver sair, de verdade, não sobrará uma só pedrinha... Sem querer ser catastrófica, mas já parecendo, eles brigam, olham no olho, enfrentam. A última, nessa segunda-feira, foi uma ocupação no Lobato, bairro já castigado pela marginalização da sociedade, como qualquer outro aqui do Subúrbio. A polícia chegou armada, sem querer muita conversa. Preciso dizer também que levei um susto como ainda não tinha acontecido. Afinal, não me dei conta desse tipo de perigo quando peguei o canudo.
Mas, exposições à parte, tomei gosto. Resolvi também mostrar minha arma: uma câmera fotográfica! Do meio daquela gente sai uma magrela, baixinha. Pois lá estavam a pose e o suor personificados (nessa situação foi muito mais suor)... Saquei a “bixinha” e fiz uns disparos. E não é que, pelo sim, pelo não, funcionou? Longe de mim achar que intimidei alguém, mas contra qualquer imagem mais violenta, difícil seriam os argumentos.
Foi interessante. Foi emocionante também receber abraços e agradecimentos das pessoas dali, como se tivesse mesmo poder para resolver seus problemas. Não vou ser hipócrita a ponto de dizer que estamos na mesma situação, mas na hora da balança, não teria dúvidas em escolher um lado.
Mamãe eu quero!
Ah, como invejo a liberdade das crianças dentro de um ônibus. Sobretudo se estiver lotado! Começou sufocar elas abrem o berreiro sem cerimônia. Esses dias que tenho saído cedo comecei prestar atenção nos pimpolhos da madrugada. Se encontram um espaço, por menor que seja, sempre se ajeitam. E, como os anjos protegem as criancinhas, sempre tem uma alma bondosa pra pôr no colo ou dar uma chegadinha pra lá.
Ao meu lado semana passada sentou-se uma mãe com um bebê de uns 3 meses aparentemente. De uma bolsa pequena ela tirou tanta tralha! De repente ela sacou uma mamadeira e insistia em dar à criança. Ela repetia: “come filho, não comeu nada hoje!”. Fiquei pensando, nessa idade, qual o bebe que rejeita comida? Enfim, ele comeu. Depois, perigo à vista: a mãe queria brincar e começou sacudir aquela bombinha relógio. Bem lembro Gabriel. Logo após a mamadeira, o mingau devolvido era batata. O problema é que ela estava do meu lado e eu ia para o jornal.
Final de linha, Estação Pirajá. Eu estava ilesa e limpinha. Tomei outro ônibus. Mais crianças. O que afinal esses meninos tanto fazem na rua antes das 8 da manhã? Pô, mas que castigo...!
Ao meu lado semana passada sentou-se uma mãe com um bebê de uns 3 meses aparentemente. De uma bolsa pequena ela tirou tanta tralha! De repente ela sacou uma mamadeira e insistia em dar à criança. Ela repetia: “come filho, não comeu nada hoje!”. Fiquei pensando, nessa idade, qual o bebe que rejeita comida? Enfim, ele comeu. Depois, perigo à vista: a mãe queria brincar e começou sacudir aquela bombinha relógio. Bem lembro Gabriel. Logo após a mamadeira, o mingau devolvido era batata. O problema é que ela estava do meu lado e eu ia para o jornal.
Final de linha, Estação Pirajá. Eu estava ilesa e limpinha. Tomei outro ônibus. Mais crianças. O que afinal esses meninos tanto fazem na rua antes das 8 da manhã? Pô, mas que castigo...!
Xoxinho, xoxinho
Encontrei a Foquinha no bate-papo do Gmail. É tipo o msn, só que você pode checar suas mensagens enquanto conversa. Ela se queixava do blog desatualizadíssimo... É que ela segue por ele pra saber como estou. Me disse que meu blog anda xoxinho! Expliquei a ela que não consigo ir mais a computador quando chego em casa. Praticamente não tenho tirado os olhos da tela no jornal, sete horas seguidas sem tirar de dentro (ou de cima, como queiram..!). Nada me motiva chegar em casa e passar mais tempo na telinha. E olhe que a cabeça anda recheada...
Mas tinha umas coisas aqui “na gaveta”...
Como hoje cheguei um pouquinho cedo, lá vão...
Em tempo, Foca, você não limpa as gavetas vez em quando e joga um monte de coisas fora, priorizando o que quer, o que usa ou mesmo pra ter espaço? É também nesse sentido...
Mas tinha umas coisas aqui “na gaveta”...
Como hoje cheguei um pouquinho cedo, lá vão...
Em tempo, Foca, você não limpa as gavetas vez em quando e joga um monte de coisas fora, priorizando o que quer, o que usa ou mesmo pra ter espaço? É também nesse sentido...
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Jogando as roupas velhas
Não achei que escrever livremente poderia me fazer tanta falta. Digo livremente porque no jornal o texto está sempre direcionado a alguém em específico. Além dos textos para o jornal, essa semana descobri que sou alérgica. Só não sei ainda a quê exatamente. Em duas semanas me cocei tanto que minha pele lembra um couro. Lembrava. Já estou medicada e como toda menina criada com vó, o remédio fez efeito de forma instantânea. A médica desconfia de comida. Também suspeito que isso tenha acontecido depois que almocei num restaurante do shopping. Pior que no dia tinha tanta novidade no prato.
Não vai ser fácil identificar o agente causador. Na dúvida, a dermo deixou meu cardápio ficou bastante restrito. Haja coisas que não posso comer. E esse foi somente o começo do meu stress pré aniversário! Minha experiência na redação tem me ajudado muito no meu setor pessoal. Minhas prioridades vão tomando forma de maneira muito clara e objetiva. E eu não sinto a menor culpa em deixar de lado um tantão de coisas que eram importantes e até mesmo que conquistei nesses anos. É como limpar as gavetas do guarda-roupa.
Não vai ser fácil identificar o agente causador. Na dúvida, a dermo deixou meu cardápio ficou bastante restrito. Haja coisas que não posso comer. E esse foi somente o começo do meu stress pré aniversário! Minha experiência na redação tem me ajudado muito no meu setor pessoal. Minhas prioridades vão tomando forma de maneira muito clara e objetiva. E eu não sinto a menor culpa em deixar de lado um tantão de coisas que eram importantes e até mesmo que conquistei nesses anos. É como limpar as gavetas do guarda-roupa.
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