Da série feliz aniversário – que eu sei que essa semana vai rolar muita surpresa – recebi uma ligação. Foi, sem sombra de dúvidas, a melhor coisa naquele finalzinho de tarde de quarta-feira. Uma ligação de Luiza Carla. Lu é dessas amigas que a gente vai levando, entrando na vida e permitindo que ela faça o mesmo e, quando nos damos conta, se passaram quase vinte anos.
Perdemos o contato, mantendo apenas para as cartas de final de ano e aniversários. Uns anos atrás, quando conversamos como há duas décadas, me disse estar muito doente. Fiquei preocupada. Precisava de uma cirurgia. Mudou-se para o interior. Ano passado falou comigo no meu aniversário, muito rapidamente e desde então ficamos sem nos falar. Sem notícias e precisando operar, tentei falar na casa de sua mãe aqui em Salvador, sem sucesso. Passei a ter sonhos. Comecei ficar receosa e temia pelo que poderia ouvir do outro lado da linha. Simplesmente desisti de querer falar com a mãe dela. Mas que maluquice! Ainda que eu já saiba que esse é o caminho natural de todos nós, não seria nada fácil pra mim ouvir Rejane, a irmã, ou dona Manza! Não mesmo!
Até em minha mania sinistra de ler obituário, dei uma diminuída. Sabe-se lá, né?! Não seria a primeira vez que reconheceria alguém. Felizmente não foi. Fiquei emocionada. Luiza é muito especial. É por ela que minha filha – quando resolver – vai se chamar Maria Luiza. O primeiro nome é por minha conta. Passei o resto da noite lembrando coisas desde 1989, quando nos conhecemos no Centro Educacional Guiomar Muniz Pereira. Bons tempos e a gente não fazia idéia.
Falávamos por cartas e finamente trocamos endereço de email. A cabeça de Luiza continua a mesma: apaixonada e apaixonante. Sempre em busca do grande amor de sua vida. Luiza é mesmo a última romântica. E ainda riu do meu receio. Pergunto a ela o endereço do email e ela me vem com lulu.vida. Foi inevitável não pensar em nossos papos antes, durante e depois das aulas. E me senti muito feliz com tudo aquilo. Aliviada por ter notícias suas, por saber que ela está bem.
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