Semana passada, cobrindo os eventos pela assessoria, conheci a filha de um dos grandes nomes da história política do país. Lamentei não saber mais sobre essa passagem do Brasil, além do senso comum. Trata-se de Anita Leocádia Prestes, filha de Luiz Carlos Prestes, um dos maiores símbolos dos ideais da revolução socialista no país.
Tenho uma noção muito vaga, baseada em muitos dos filmes e documentários da época: ditadura, perseguição política, proibições diversas. Minha ignorância aumenta quando o assunto é Comunismo. Resume-se a Cuba. Mas nada me chamou tanto atenção durante a palestra quanto a lucidez das palavras da professora Anita. A vida dela se confunde com sua militância.
Como não a conhecia, logicamente fui buscar algumas informações. Confesso que estava curiosa. Imaginei que fosse estar à sombra de seu pai durante a fala. Estava maravilhosamente enganada. Com seus setenta e poucos anos, sua aparência frágil, logo foi desconstruída. Em sua apresentação, intitulada: O papel dos intelectuais no Brasil: a construção da história oficial, a professora traçou, não somente a trajetória do Comunismo no Brasil, mas, sobretudo, um período na história que as pessoas querem apagar: o golpe de 64, a Ditadura.
Me veio novamente a vontade de estudar história. Fazer outra graduação mesmo. Formada em química industrial, ela disse ter começado estudar história bem mais tarde. Perguntei a ela depois do encerramento do evento, se, levando em consideração o aspecto atual da economia, cultura, educação e cidadania no mundo, era possível afirmar que o socialismo era uma utopia. Me deu uma aula. Senti uma série de cobranças internas se mexendo dentro de mim. A primeira, quero ler o livro Olga. Depois vejo o filme. Os livros são sempre mais interessantes. Depois, acho importante pensar melhor em nossas responsabilidades como cidadãos. Já estava exercitando com as atividades no Movimento de Cultura.
Sei que fazer política não tem, necessariamente, a ver com políticos. Talvez desconsidere minha descrença atual frente aos escândalos e manobras cotidianas no cenário.
Um comentário:
Amiga, adorei o texto... existem passagens importantes e fundamentais pra nosso entendimento da sociedade que envolvem o comunismo. Você vai se apaixonar por Olga e acho que deve ler também o Cavaleiro da Esperança, de Jorge Amado (um dos maiores comunistas brasileiros) Ah, aproveita pra escutar as canções do Taiguara, ele soube muito bem aliar idealismo político com música e poesia! Vale a pena! beijaoo
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