segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Peles de ébano nas segundas conscientes

Voltava eu do bate papo que encerrava as Segundas Literárias – acho que foi esse o nome que deram – no auditório da Biblioteca dos Barris. Foram eventos que integraram o mês em homenagem à Consciência Negra. Pena que só ouvi sobre as apresentações hoje e perdi as outras segundas. Entretanto, talvez tenha comparecido à melhor delas, nem tanto pelo tema, mas pelos “palestrantes”: prof Doutor Ari Lima, que já conhecia da UNEB, e Lazzo Matumbi, cantor “de voz cheia”, intérprete e compositor. Um cara que sou fã desde os tempos de piveta na Cardeal da Silva. Opa, que gafe. Tinha também o Dão. Anderson, cantor e intérprete que ainda não escutara falar, embora tenha ficado muito impressionada com seu timbre de voz e simplicidade.

Era para falar sobre a música negra, história, mercado, Salvador, Bahia, mas, com todos os envolvidos engajados, ficou difícil não adentrar outras questões cotidianas pelas quais passamos nós, os que têm “pele de ébano”, aqui na soterópolis. Como de costume, infeliz costume, aliás, havia pouca gente. Nem vinte. Sem essa de tentar ver um outro lado: é segunda-feira, meio da tarde. Não sei dos outros dias, talvez um público maior antes do vinte de novembro.

Lazzo convidou os que estavam sentados lá ao fundo, assim como eu, para chegarmos mais perto e transformou o que seria palestra num grande encontro, um papo informal entre amigos. Tivemos, claro, uma canja do “jeito que todos nós gostamos”. Continuo encantada pelas possibilidades que ainda temos, nós. Pelos representantes sérios e compromissados que temos, nós. Pela maneira consciente com a qual nos fazem parte de, nos inserem na luta de todo dia para garantirmos um direito simples: RESPEITO.

Quero mais novembros, já que nos fazemos ver mais esse mês, até que se esgotem as possibilidades. Quero mais Lazzos, Dãos, Aris, e, por que não, Rais nas ruas impondo respeito pela capacidade e, de quebra, mostrando a cor da pele de ébano porque é inegável que é bonita mesmo, né não?!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Palco

Subo nesse palco, minha alma cheira a talco
Como bumbum de bebê, de bebê Minha aura clara, só quem é clarividente pode ver
Pode ver

Trago a minha banda, só quem sabe onde é Luanda
Saberá lhe dar valor, dar valor
Vale quanto pesa prá quem preza o louco bumbum do tambor
Do tambor

Fogo eterno prá afugentar
O inferno prá outro lugar
Fogo eterno prá consumir
O inferno, fora daqui

Venho para a festa, sei que muitos têm na testa
O deus-sol como um sinal, um sinal
Eu como devoto trago um cesto de alegrias de quintal
De quintal
Há também um cântaro, quem manda é Deus a música
Pedindo prá deixar, prá deixar
Derramar o bálsamo, fazer o canto, cantar o cantar
Lá, lá, iá
 
Gilberto Gil

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ele merece


E depois de duas semanas de planejamento, deu tudo certo nas duas festas de aniversário de Rafael Vasconcelos, o Rafa. Ele bem mereceu o bolo na sexta e a mensagem ao vivo no sábado. Toda vez que precisar, cá estaremos organizando algo pra levantar sua bola, cara...
Lá vai um recorte da cartinha de agradecimento.


Carta de Rafa.
“O que dizer sobre a sexta e o sábado: sobre a sexta, para vocês pode ter parecido insignificante aquele simples bolinho (xôxo), quem convive comigo a mais tempo sabe que o que mais admiro não só nas pessoas, como também nos gestos é justamente a simplicidade, isso me dá uma grande satisfação, o simples fato de lembrarem (mesmo forçadamente rsrsrs) do meu aniversário, isso pra mim vale mais que mil presentes.... Sobre o sábado, sinceramente, desconfiei do fato de irmos ao Terapia, mas jamais me passou pela cabeça aquilo, até porque tinha prometido a minha comparsa Rai (com certeza tem culpa disso até a alma ( Déh, vc também viu) ( Carol até vc Flor......) ) uma dose de Abaíra (que tomamos), e outra confissão: quase chorei viu, nesse ponto sou igual a minha mãe, uma manteiga. Mas essa data é uma data que me trazem lembranças de pessoas siginificativas, pessoas as quais adoro e uma que não está mais presente, e naquele momento senti sua presença que era meu vô, mas seria um mico ainda maior. Devo render meus parabéns a Carla, pessoa que desempenha um papel de atriz muito bem, me enganou perfeitamente, logo eu que sei de tudo escapou de mim esse controle, hj vendo os e-mail's da operação, me acabei de rir. Gente eu só tenho a agradecer a todos, os pequenos gestos dirigidos a mim nesse pouco tempo de convivio, adoro quando chegam as sextas e sábados, que sei que irei encontrar pessoas magnificas, e que pretendo ter sempre que possivel o contato.”

O que dizer a esse comparsa? Disponha.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Na crista da onda


Nas proximidades de mais um vinte de novembro. É como se descobrissem que aqui estamos, pulsantes, vivos e ávidos. Bairristamente falando, temos ainda pouco a ser comemorado. Recebi um boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, no qual, asseguram os especialistas, que “a presença negra na População Economicamente Ativa – PEA em 2008 alcança 85,4% do total, cerca de 1,567 milhão de pessoas”. Mas, me desculpem os senhores pesquisadores, somos maioria. Era um resultado de se esperar, ou não?

Também, segundo a pesquisa intitulada de Os Negros no Mercado de Trabalho da Região Metropolitana de Salvador, embora sejamos esmagadora maioria, “a população negra ainda encontra dificuldades de inserção no mercado de trabalho, considerando a maior presença no contingente de desempregados. Além disso, para a parcela de negros que consegue uma ocupação, com freqüência ela se dá em setores e posições em que a ausência de proteção social é maior, os rendimentos são menores e as jornadas mais extensas. Situações que elevam a instabilidade e a precariedade desse grupo populacional no mercado de trabalho.”

Mas, ainda de acordo com o boletim, “entre 2004 e 2008, o aumento da participação de negros em setores mais estruturados, a melhoria nos níveis de rendimento e a diminuição do contingente na condição de desempregados contribuiu para uma ligeira melhora na composição da ocupação, fato reforçado pelo aumento da proporção da contratação formal, isto é, com carteira assinada, que amplia o acesso aos direitos trabalhistas e previdenciários. A repercussão desses fatos manifestou-se no crescimento do rendimento médio real dos negros (13,9%) numa proporção um pouco maior que dos não-negros (12,3%).”

Minha visão míope ainda não alcançou essas mudanças no cotidiano. Em contrapartida a essas “conquistas”, vergonhosamente o nosso 20 de novembro ainda não merece um feriado municipal. Daqui, da capital mais negra fora de áfrica, é uma lástima. Ainda ontem, tivemos protestos no centro da cidade e conseguimos um box – texto curto em caixa pequena – nos jornais. As palavras de ordem chamavam atenção para o racismo velado presente em muitos setores da sociedade baiana. No início da semana assistia uma entrevista da juíza baiana Luislinda Valois, primeira juíza negra brasileira, que dizia da dificuldade em ser negra na Bahia e do apoio que encontrou – e ainda encontra – em Curitiba. Seu livro, editado este ano, foi publicado com a ajuda de pessoas comuns e políticos daquela cidade. Um contrasenso.

Esses dias minha irmã, que eu julgava ser completamente desantenada politicamente, me questionou das campanhas que surgem essa época do ano, o chamado novembro negro. “Um dia só, que diferença isso faz? E nos outros 364?”. Confesso que fui tomada por sentimentos misturados: primeiro fiquei feliz ao pensar que essa poderia ser uma constatação comum a muito mais pessoas. Depois veio o desapontamento porque não tinha argumentos para apresentar a ela. O que diria eu? Convenceria ela ao dizer que nossos passos são sempre mais largos? Projetos e políticas públicas para a comunidade negra estão sempre em pauta, e sempre a espera de votação?

Não é que eu veja só o lado ruim ou que não anda. "Catando" bastante dá para pontuar umas coisas bacanas também. Algumas são perceptíveis como o efeito Taís Araújo e Camila Pitanga. Protagonistas nas novelas globais de 20h e 18h, respectivamente, as cabeleiras cacheadas das musas andam fazendo sucesso e cabeças nos mais badalados coiffers da cidade. Percebo ainda a ascensão de personagens negros no folhetim das 19h, enfim.

Também me sinto feliz em olhar minha turma da especialização. Somos quase 30. Diferente do que aconteceu há cinco anos, lá na graduação – onde éramos 45 em sala, e havia 5 negros, num curso particular –, posso dizer que é um grupo bem dividido. Com a cara e as cores da população brasileira.

Sinal amarelo

Até então, esse foi o final de semana mais violento do ano em Salvador e região metropolitana: 26 mortes. Crime passional, o chamado acerto de contas, violência doméstica, latrocínio. Os mais variados motivos. Uma especialista, a pedido de um veículo de comunicação, analisou os casos e a graduação da violência na capital baiana e constatou: “dessa maneira hoje as pessoas resolvem tudo. Está muito fácil matar.” De que forma soa um pensamento desses na sua cabeça?

sábado, 14 de novembro de 2009

Lavagem Cerebral

Racismo preconceito e discriminação em geral
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Não seja um imbecil
Não seja um ingnorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco?
Aliás branco no Brasil é difícil porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda então olhe pra trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura então porque o preconceito?

Barrigas cresceram
O tempo passou...
Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor
Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral
Negro e nordestino constroem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil o mesmo negro que constrói o seu apartamento
Ou que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
Um sujeito com a cara do PC Farias?
Não, você não faria isso não...
Você aprendeu que o preto é ladrão
Muitos negros roubam mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não para pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Qualquer tipo de racismo não se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo é racista mas não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice

E se você é mais um burro
Não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você!

Gabriel, O Pensador

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Divã

Hoje fui ao cinema porque sinto que estou surtando. Depois de quase três semanas escrevendo projetos para mestrado e artigos, precisava oxigenar as ideias, a cabeça. Precisava respirar algo não acadêmico. Quase 1 mês tentando entender porque algumas vezes na história o ser humano é tão perverso, tão orgulhoso de si mesmo e diminui, oprime e menospreza o outro.


Primeiro passo pra tentar amenizar: parei de assistir jornais. Ouço umas coisas vez em quando, mas, para uma jornalista viciada em notícia, isso é torturante. O problema nem é a quantidade de desgraça veiculada, mas compreender que isso é real e vai piorar. O problema é entender o processo todo até chegarmos a essas desgraças que vemos hoje.


Tava dando looping nas atividades e resolvi fechar tudo: notebook, livros, cadernos, guardei as anotações. Chequei pela internet, escolhi o filme, banho e rua.

Ainda no ponto de ônibus uma dessas cenas de telejornal sensacionalista. Ouvi gritos desesperados. Depois os pedidos de socorro e, de repente, sai um rapaz com o rosto ensangüentado. Ele apoiava a cabeça com as próprias mãos e corria sem rumo pela rua. Depois mais gritos. Uma mulher procurava a vítima, chamou um outro rapaz que passava de moto e seguiram, talvez para o posto de emergência da outra rua. Ela gritava que foi uma facada.


Nunca um ônibus demorou tanto. Logo os vizinhos se amontoaram na entrada do vilarejo. Mais gritos. Outro rapaz sai prometendo morte, o serviço ainda não tava acabado. Que cena. A polícia chega, mas parece desconhecer o fato. Os agentes na viatura pareciam só estranhar o movimento. Até onde ouvi é uma dessas confusões entre vizinhos que vem durando há algum tempo. Finalmente o ônibus!


No caminho fui pensando no que acabara de presenciar. Por que eles chegaram até ali, até aquele ponto (e que ainda não era o desfecho da história). Por que as pessoas andam verdadeiras bombas relógio?! Por que hoje é mais fácil atirar, puxar uma faca? O que foi mesmo que houve com o diálogo?

Um inseto por uma análise

Falando em surto. A ideia era ver Besouro. cada vez mais bairrista, assumo. Vou sempre preferir cinema nacional, sobretudo quando sai do eixo Leblon-copacabana-buzios-zona sul paulistana. Mas não rolou. Graças a Jah a sessão que queria estava esgotada e a próxima também! Era um festival de cinema. Anualmente alguém faz essa gracinha e você pode ver qualquer filme a 2 reais. No meu caso o problema maior sempre é montar um roteiro. Quando o assunto é cinema, sou do tipo tudo me interessa. Foram mais de 10 filmes, acho. Acabei vendo Divã, com Lilia Cabral como protagonista. Aliás, repetindo a dobradinha atual na tv, ela era esposa de Zé Mayer. Minha nossa, que criatividade!

Gostei do filme. A velha fórmula: depois de duas décadas de casamento, casa, filhos, amantes, acabou a vontade de estar junto. A frustração feminina, a busca por um outro cara que a compreenda, a amiga conselheira e feliz, blá blá e pingos dágua. Pode parecer, mas não é um filme chato, é até divertido. É ela contando essas e outras passagens a um analista.

Valeu também a trilha sonora. Muito boa. Uma mistura gostosa de músicas dos anos 70, 80 e atuais, como pra rua me levar com Ana Carolina. Tim Maia, Gal, Caetano. No final, acho que meu passeio saiu melhor que a encomenda. Precisava mesmo era rir.

Desconstruindo os muros

Com todas as matérias que ouvi hoje sobre os vinte anos de derrubada do Muro de Berlim, fiquei pensando nos outros tantos cercos existentes até hoje. Muitos sem concretos. Eis que uma das matérias especiais falava de como o mundo, globalizado como se apresenta, aceita a circulação de dinheiro entre os países, de mercadorias, mas não aceita o simples direito de ir e vir. Citaram Cuba.


Eu lembrei dos países africanos. Seus muros são mais altos, mais distantes, mais extensos, mais graves, mais excludentes, mais ferozes. Lembrei de outros países da Europa, a Espanha, por exemplo, que ergue seu muro aos brasileiros vez em quando com seus julgamentos arbitrários. Os muros erguidos aqui no Brasil, só para olhar para nosso umbigo: muros reais, que separam os condomínios das favelas, “o chão do asfalto”. Os muros dos shopping centers erguidos no meio das periferias, sem acesso aos moradores locais.


É muito muro! São muitas desconstruções a serem derrubadas. Tal qual Berlim há duas décadas, alguém precisa dar a primeira marretada.

Subtraindo os estereótipos

Gosto de novelas. Prefiro as de época ou aquelas levemente açucaradas: mocinha, bandidos, final feliz. Só podiam me poupar daquele bando de mulher grávida no final. Mas, vem no pacote, fazer o quê? Gosto também da produção global, não há como negar, os caras sabem fazer mesmo! Embora, tenha que admitir que a Record tá encostando e investindo pesado. O problema é que os enredos não acompanham o ritmo. Questão de tempo, creio.


Tenho visto quase assiduamente a trama das 19h – que agora é 20h – da globo. Aliás, venho assistindo desde o começo. Lembro que gostei da ideia de falar de arte nesse horário. Também achei curioso fazer um macaco pintar.


Agora, já na reta final, fico atenta aos estereótipos que ela traz. A informação que a população menos atenta consome. A ideia do macho provedor, passada por Gabriel; a empregada negra que servia de objeto sexual do patrão; o médico negro, mas envolvido em falcatruas; os baianos preguiçosos ou boa vida de sotaque horrorosamente inventados; a mulher de meia idade que não pode amar de novo porque “está velha”; o jovem negro, não aceito pela família da mulher, que quando faz amor com ela, abala as estruturas da casa; a jovem negra que mesmo depois de descobrir que é rica, continua correndo atrás do branco filho da ex-patroa.


Com tudo – e apesar disso –, é fácil assistir e extrair o entretenimento da trama. Gosto mesmo de quando o macaco aparece. Sempre dando nó nos seres humanos, que se julgam  tão espertos...