Voltava eu do bate papo que encerrava as Segundas Literárias – acho que foi esse o nome que deram – no auditório da Biblioteca dos Barris. Foram eventos que integraram o mês em homenagem à Consciência Negra. Pena que só ouvi sobre as apresentações hoje e perdi as outras segundas. Entretanto, talvez tenha comparecido à melhor delas, nem tanto pelo tema, mas pelos “palestrantes”: prof Doutor Ari Lima, que já conhecia da UNEB, e Lazzo Matumbi, cantor “de voz cheia”, intérprete e compositor. Um cara que sou fã desde os tempos de piveta na Cardeal da Silva. Opa, que gafe. Tinha também o Dão. Anderson, cantor e intérprete que ainda não escutara falar, embora tenha ficado muito impressionada com seu timbre de voz e simplicidade.
Era para falar sobre a música negra, história, mercado, Salvador, Bahia, mas, com todos os envolvidos engajados, ficou difícil não adentrar outras questões cotidianas pelas quais passamos nós, os que têm “pele de ébano”, aqui na soterópolis. Como de costume, infeliz costume, aliás, havia pouca gente. Nem vinte. Sem essa de tentar ver um outro lado: é segunda-feira, meio da tarde. Não sei dos outros dias, talvez um público maior antes do vinte de novembro.
Lazzo convidou os que estavam sentados lá ao fundo, assim como eu, para chegarmos mais perto e transformou o que seria palestra num grande encontro, um papo informal entre amigos. Tivemos, claro, uma canja do “jeito que todos nós gostamos”. Continuo encantada pelas possibilidades que ainda temos, nós. Pelos representantes sérios e compromissados que temos, nós. Pela maneira consciente com a qual nos fazem parte de, nos inserem na luta de todo dia para garantirmos um direito simples: RESPEITO.