segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Desconstruindo os muros

Com todas as matérias que ouvi hoje sobre os vinte anos de derrubada do Muro de Berlim, fiquei pensando nos outros tantos cercos existentes até hoje. Muitos sem concretos. Eis que uma das matérias especiais falava de como o mundo, globalizado como se apresenta, aceita a circulação de dinheiro entre os países, de mercadorias, mas não aceita o simples direito de ir e vir. Citaram Cuba.


Eu lembrei dos países africanos. Seus muros são mais altos, mais distantes, mais extensos, mais graves, mais excludentes, mais ferozes. Lembrei de outros países da Europa, a Espanha, por exemplo, que ergue seu muro aos brasileiros vez em quando com seus julgamentos arbitrários. Os muros erguidos aqui no Brasil, só para olhar para nosso umbigo: muros reais, que separam os condomínios das favelas, “o chão do asfalto”. Os muros dos shopping centers erguidos no meio das periferias, sem acesso aos moradores locais.


É muito muro! São muitas desconstruções a serem derrubadas. Tal qual Berlim há duas décadas, alguém precisa dar a primeira marretada.

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