Dia desses ainda desenvolvo uma tese baseada em minha própria filosofia: A DAS POSSIBILIDADES. A possibilidade de ser e fazer pra si e para outros. Confuso? É que são duas da manhã! Deixa ver se explico melhor: conhecer lugares e pessoas nos dá a possibilidade de ser e fazer alguém feliz. Não estou falando somente de relacionamentos a dois (disso também), mas quaisquer relações.
Parece difícil, mas a aplicação não é complicada: a cada pessoa que a gente vê pela primeira vez e, obviamente, pinta aquela energia gostosa, passemos a vê-la como mais uma chance de estarmos bem, fazendo bem a essa figura, estranha há uns cinco minutos. Pergunte a hora. Comece o papo. Escute a reclamação do trânsito. Reclame do metrô(dê mais uma alfinetada nessa lenda urbana). Sei lá, use a imaginação!
E as cidades novas? Que delícia é andar por onde nunca estivemos e descobrir novos sabores, cheiros, cores e, por que não, novos problemas. Isso me lembra quando morei em São Paulo. Um dia desci num ponto longe do de costume só pra andar por aquela rua próxima à Nove de Julho. Caminhei. Vi muita gente morando sob uns viadutos. Havia uma rua feia e estreita. Voltei, mas só porque já era hora de estar em casa. Comentando com a figura com quem morava, descobri que era uma baita bocada. Ainda bem que os anjos protegem os inocentes! De qualquer forma ali também havia a possibilidade (sabe Jah que possibilidade!).
E as pessoas de nosso convívio? Com os que já são amigos as chances são muitas. Seus afazeres, suas vidas. Daremos a eles a chance de curtir de nossa cara com a goleada que o time levou. Também vamos tirar aquele sarro porque alguém esqueceu o aniversário da mulher e dormiu no sofá por dois dias (sempre tem um desses). E quando toca aquela canção que vocês costumavam ouvir anos atrás? Se você tiver o CD ouçam juntos novamente e depois o empreste. Isso é bacana.
Conhecer um professor que vai acompanhar seus trabalhos (quase) pro resto da vida e você sabe que pode sempre incomodar ligando no celular à noite, por exemplo. Eis uma possibilidade importante! Acredito que deva ser significativo para um educador saber que tem participação na atuação profissional de alguém.
Parar quinze minutos de trabalhar quando o sobrinho te convida pra assistir Pica-Pau (ainda que isso represente quarenta minutos de seu tempo de produção pra ver desenho reprisado). Aquela risada gostosa, que só o frescor dos cinco anos pode trazer, faz grande diferença no fim do dia. A gente também pode se divertir quando esse mesmo sobrinho pretende repor o dente, extraído um dia antes, porque descobriu que ficou difícil mastigar.
Então, não é fácil fazer rir e ser motivo de riso? Numa boa e sem crises. E, pra quem acredita em boas vibrações feito eu, seguindo essa filosofia as possibilidades são sempre boas. Ao menos, ainda não identifiquei o contrário. Não lembro de ter lido autores de auto-ajuda, mas as coisas simples são perceptíveis mesmo. Executar pode ser interessante, se permita essa possibilidade!
Um comentário:
Caramba, Rai. Li esse seu texto e me tudo me lembrou alguns contos de Lygia Fagundes Teles que li anos atrás... as impressões, as frases simples e soltas, a simplicidade das situações... o cotidiano. Acho que você ainda vai acabar escrevendo um livro com todo esse material do blog. O que não deixa de ser uma boa idéia... nossa, tinha esquecido o quão prazeroso é ler os seus textos, amiga. Parabéns! do amigo Badaró
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