sábado, 23 de fevereiro de 2008

Controle de qualidade

Que tempos estes! Quanta reclamação. Não importa de onde vem. Todo mundo tá protestando, cobrando alguma coisa: um produto, um serviço, postura. Conversando essa semana, um amigo me falava das "asneiras que anda vendo" no jornal onde trabalha há mais de uma década. Também jornalista, me questionava ainda que tipo de jornalismo é o atual? Achou graça de quando perguntei a outro amigo, também do ramo: “mas que marca de jornalista é você?”. Não lembro o contexto do papo, o porquê de ter feito tal indagação. Vou puxando a brasa, a sardinha e tudo porque dia desses assistindo o observatório da imprensa, uma vertente em pauta era justamente a responsabilidade da apuração dos fatos, dos dados, enfim. De como as matérias passaram ser feitas algumas vezes com coisas coletadas na internet. Pura cópia mesmo! Tudo bem a internet é mais um veículo e faz grande diferença nos dias atuais, mas em que lugar ficou o checar sempre as informações, orientação dada ainda no começo do curso de jornalismo? Calma, não estou generalizando em nenhum dos exemplos (graças a Jah!).

Fiquei pensando nas outras tantas profissões em que não se honra o compromisso firmado. Sim, porque em algum momento assumimos um compromisso. E então que, na atualidade, podemos ver médicos que não atendem - ainda que estejam escalados -, policiais que vão parar em grupo de extermínio. Minha irmã chegou em casa comentando que presenciou uma atendente, numa clínica particular, que em vez de tomar os dados de um paciente chegado no setor de emergência, permaneceu jogando paciência no computador.

A impressão que dá é que de uns tempos pra cá, nada funciona (ou, pelo menos, não como deveria!). Desde dezembro estou usando outro celular: aparelho novo, outra operadora, enfim. Já fui cliente da prestadora e, por essa e outras razões de cunho econômico, resolvi voltar. Até hoje, quase três meses depois, não consegui efetuar meu cadastro. Ora o sistema de atendimento digital não funciona, ora o aparelho desliga no meio da chamada. Mas nada me irrita mais que, depois de minutos conversando com o atendente e passando informações pela trocentésima vez, escutar: “senhora, infelizmente não foi possível efetivar seu cadastro. Nosso sistema caiu.”

E tem mais: fui numa dessas lan houses imprimir umas matérias para entrevista. Na hora de abrir o arquivo o atendente disse: “ihhh, foto? Foto a gente não imprime não. Ordem do dono!”. “Mas que maluquice é essa? Então por que a placa de faz-se impressão, se vocês escolhem o que imprimir? Impressão é impressão, oras!”, reclamei. O dono não estava. O jeito que pude dar foi não voltar mais lá.

Houve um tempo em que me preocupei por estar sempre reclamando de alguma coisa na padaria, no bar, no shopping, no cinema, na farmácia, na clínica. Recebi pouquíssimos retornos. Mas é o mínimo que podemos fazer. E acho que é a forma mais prática de exigirmos qualidade.

2 comentários:

Anônimo disse...

Atualmente ocorre excesso de reclamações por causa do número também excedente de bispos. Ou você desconhece a máxima " está insatisfeito? Vá reclamar ao bispo.
Gostei. Cidadania e respeito são frutos da mesma árvore:CONSCIÊNCIA!
Abraço.

Anônimo disse...
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