domingo, 30 de novembro de 2008

Descruzando os braços e arregaçando as mangas

Ainda não tinha me dado conta do estrago causado pelas chuvas no sul do país essa semana. Na verdade o que chamou minha atenção foi a movimentação das pessoas numa verdadeira rede de solidariedade. Não lembro de ter visto tal ação aqui no Brasil. Nos Estados Unidos isso parece muito comum, mas lá eles têm o sentimento de patriotismo que vai além dos períodos de campeonato de futebol ou carnaval. Que bom estarmos copiando coisas boas daquele país. Enfim, já era tempo de imitar também o que funciona.

Ainda que tentando dar um desconto no sensacionalismo trabalhado por alguns colegas, não há como não se emocionar com os relatos das pessoas que terão de reconstruir suas vidas, a maioria do nada. Alguns terão ainda de recomeçar sozinhos, sem família ou parte dela.

Essa catástrofe em Santa Catarina deu margem pra pensar em muitas outras coisas. Sempre buscando ver além do que aí está, pensei que há algumas semanas estávamos, nós baianos, a assistir a vegetação da Chapada arder em brasa, sem controle algum, num incêndio que provavelmente se iniciou de forma criminosa e atingiu as proporções apresentadas. Estranhas reviravoltas naturais num mesmo espaço.

Acho que ainda não temos a dimensão exata do que foi perdido nos sucessivos dias de queimada na Chapada. O tempo gasto para a recuperação de flora e fauna, isso é, o que for possível recompor. Oxalá quem teve a brilhante idéia do toco de cigarro ou do que quer que seja, tenha se comovido, se arrependido.

Estava acompanhando os jornais essa tarde ou noite – seguindo a grade em alguns outros estados – e me dei conta que é possível melhorar esse caos que se tornou nossa sociedade. Há uma luz! Muitos canais de televisão prepararam campanhas de doações e todo tipo de colaboração. Antes disso, outras entidades soteropolitanas e mesmo a sociedade civil já haviam se organizado. E conseguiram: Toneladas de alimentos, roupas e agasalhos foram arrecadados. Também havia muita gente separando as doações, organizando. Esse tipo de atitude me deixa muito feliz e com uma estranha sensação de fé na humanidade.

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