quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Mais ações, menos discurso: o vinte de novembro na visão de Milton

Se aproxima mais um 20 de novembro e a cidade respira – ou aspira (?) – igualdade de oportunidades e direitos. Há pouco escrevi o release para uma caminhada que acontece aqui na região do subúrbio há quatro anos. Ainda mais cedo lia uma entrevista de Milton Gonçalves concedida à revista Raça Brasil desse mês, na qual ele cobrava mais atitude e “menos blá blá blá...” concordo com Milton. Precisamos agir mais.

Em quatro anos esta é a primeira vez que não devo participar da caminhada principal que sai da Liberdade, bairro de grande concentração da população negra em Salvador, até o campo grande, centro da cidade. Lá sim, terá muita conversa, cenário especial que servirá de palanque para as eleições de 2010. Optei em ajudar os meninos aqui, que além de serem vizinhos, acredito que necessitam mais de serem ouvidos que os “de todo ano” na Praça Municipal.

Ainda segundo Milton, alguns fazem da data uma grande comemoração com direito a shows, apresentações de grupos culturais diversos. Ele propõe uma medida diferente com ações concretas como “doação de livros, calçados, alimentação, alfabetização.” É algo a se pensar, sobretudo aqui em Salvador, onde a data sequer é considerada feriado. Uma vergonha para a cidade que concentra a maior população negra fora de África.

Não é a primeira vez que me refiro às atividades do Movimento de Cultura Popular do Subúrbio, o MCPS. Acho que eles põem a mão na massa como sugere Milton. Não são ações tão difíceis de serem concretizadas. Aliás, se levarmos em consideração a desassistência pública aos moradores da região, não é tão complexo atender. O pensamento é muito simples: para quem não tem nada, o mínimo serve!

Posto isso, estarei lá, tentando fazer a diferença, colaborando com o que puder fazer nas oficinas oferecidas pelo Movimento, divulgando as atividades, fazendo o que estiver ao alcance. Mas é bom ressaltar, não somos, Milton e eu, contra as comemorações, achamos – creio –, que temos muitas conquistas a celebrar, por certo, mas passa da hora de transformar o baticun em aulas de música, que tal?

Um comentário:

Anônimo disse...

parabéns pelo trabalho de divulgação. danada!