Pouco mais de uma da manhã, horário local, e Barack Obama é declarado vencedor. É o novo presidente dos Estados Unidos da América. Vejo que essa noite é especial sob muitos aspectos, sobretudo do ponto de vista político, histórico, racial (e a ordem desses fatores se alteram, lógico). Enfim teremos um presidente negro na maior potência do globo.
E como não achar o episódio importante, até mesmo emocionante? Cá estou eu ouvindo e assistindo a corrida à Casa Branca. Do ponto de vista histórico, militante, enfim, é motivo de celebração. É mais que isso: é uma vitória da democracia no mundo, uma vitória dos direitos humanos e do respeito às diferenças.
Me sinto estranhamente feliz com o resultado nos Estados Unidos. É como se atingisse muito mais diretamente a nós aqui no Brasil que o é de fato. É um momento histórico, uma evolução no que diz respeito à cidadania. Mais de 55 milhões de pessoas votaram no candidato democrata e devemos considerar que o voto não é obrigatório por lá.
Sem querer entrar no mérito das expectativas, e elas existem mesmo, é importante fazer o link com as eleições presidenciais aqui no Brasil, na América Latina como um todo. É interessante notar o que a sociedade de maneira geral, tem tentado dizer através das urnas: o que decifrar com as mudanças percebidas nos últimos anos.
Acompanho a transmissão pela TV e rádio em tempo real: A emoção das pessoas, jornalistas inclusive (que mandaram a discutida imparcialidade às favas), mais de 600 milhões de dólares em doações populares, dizem os colegas que trabalham nos flashes. Seriam necessários 270 votos de delegados para elegê-lo e Obama obteve mais de 355 até às 2h da manhã.
E sem essa de dizer que a campanha não utilizou a cor da pele e o histórico pessoal e familiar de miscigenação e diversidade de Obama como estratégia. A meu ver essa foi justamente a carta embaixo da manga. Não apresentar todas as armas de uma vez.
Lá vamos. Minha mãe, depois de Tancredo, acha que todo candidato eleito de aspecto mais popular se torna um alvo permanente depois do pleito. Quem viver, verá. Torço muito pra que ela esteja equivocada.
Vou viver pra contar e explicar a minhas filhas e netos a importância desse dia... O dia em que os olhos do mundo inteiro se voltaram à maior potência do globo com esperança, com a atenção de quem percebe a magnitude histórica desse momento e percebe o possível efeito dominó no resto do mundo.
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