No começo dessa semana estive em Arembepe. Guto e eu viramos a madrugada conversando. E ponha papo nisso, afinal são 5 anos pra passar em poucos dias. Repensamos nossas vidas, desde o tempo bom do colégio. Ah, se nossas preocupações permanecessem as mesmas! Estamos satisfeitos com o que nos tornamos. Bom, queremos um pouco mais da vida e acho que não há nada de ruim nisso. Ambos queremos viajar muito ainda, conhecer, saber. Isso nunca é demais, quero dizer, é o tipo de coisa que ninguém leva, ninguém nos tira.
Pois que falamos de mercado de trabalho, viagens, nossas dores de amores, expectativas. Gutinho anda preocupado com a chegada dos trinta enquanto eu curto – e tenho aprendido a fazê-lo cada vez mais – dia após dia dessa fase. É divertido perceber como homens e mulheres encaram de modo diferente as fases da vida. Há divergências também entre os homens, por certo. Guto já esconde, como bom leonino que é, os fios brancos que já não são poucos. Também tenta esconder as temíveis falhas capilares e barriguinha saliente.
Sinceramente acho isso uma grande besteira! E como negar o que nos tornamos como o passar do tempo? Nossa identidade, as marcas do nosso tempo? Vá lá, alguém vai sempre dizer que na pele negra as tais marcas demoram sair, que não ligo porque ainda não tenho tantos cabelos brancos, que sou "magra de rúim", sei lá...
Logicamente também conheço mulheres que tingem os cabelos, põem – ou fariam se pudessem – botox, silicone, o que der e puder. Ainda acredito no poder da malhação, embora não faça nada, por falta de grana ou por pura preguiça!
Acho que todos seríamos mais felizes se simplesmente aprendêssemos a nos cuidar sem exageros, nos gostar como somos e, em vez de ficar procurando cabelo em ovo, aprendêssemos a respirar melhor, deixar de olhar apenas, mas também ver melhor, exercitar mais a paciência e tolerância, dizer não sem se agredir ou culpar, gratificar a alma. Não é fácil, nem instantâneo, mas é o tipo de visão que também se ganha com o tempo, vem na bagagem dos trinta!
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