Tomando coragem pra lavar o cabelo – leia-se, pra desembaraçá-lo! – comecei a lembrar meus amores. Os que foram e os atuais. Pensei como é difícil achar amor, papo interessante, companheirismo e tesão num mesmo corpo. Quer dizer, até encontrei, mas quando entendi que tinha conseguido a tal mina de ouro, não soube administrar, era tarde. Acontece.
É bom sentir que a pulsação vai nas alturas ao encontrar uma pessoa, ao simples toque daquelas benditas mãos na cintura. Mas, com o tempo, só isso cansa. É preciso um algo mais pra hora da desaceleração. Na contra mão do pensamento, conversa em demasia também faz uma coisinha ficar dando looping na cabeça: “mas que horas você vai perceber que a gente tem coisas mais interessantes a fazer com a boca?”
Conheci figuras que me deixaram de pernas bambas num simples alô, e que, horas mais tarde, pessoalmente, me tinham nas mãos, completamente trêmula. Outras, no entanto, que passei momentos perfeitos, tocando violão, cantando cantigas que adoro, ouvindo CDs, cozinhando, vendo filmes. Horas incrivel e igualmente excitantes.
Cada um no seu tempo. Talvez a graça seja extrair uma e outra característica, temperar as ocasiões, temperar a relação, entendendo o seu momento e da pessoa ao lado. É gostoso vir dando uns beijos mais quentes no carro, preparando o terreno pra noite – ou pro dia – e ficar relaxadamente deitado depois pensando nas loucuras do caminho.
É igualmente prazeroso um jantarzinho, uma boa seleção musical ou um filme até a hora do cochilo...
E as lembranças...
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