Fui pegar Gabriel na escola hoje. Primeiro dia de aula. Nossa! Quanta energia tem essa gente miúda. Mas, como sempre é do contra, como é bem filho da mãe dele, estava ele, Gabriel com uma tromba pra elefante algum pôr defeito. Perguntei se teve algum problema: coleguinha chateou, estava com sono, com fome, sapato incomodava... Nada... Sequer me deu resposta.
Fiquei pensando que razões haveria para uma criança de 6 anos estar com aquela cara, voltando das férias! Lembrei que semana passada estávamos ele, a mãe e eu garimpando material escolar mais em conta. A mãe desesperada com os preços das coisas. Tirou um monte de coisas da lista indicada pela escola. E Gabriel de mau humor...
Na hora “H” o carinha do transporte escolar disse que o carro estava com problemas. Mais uma preocupação. Alguém pegar ele na escola é um transtorno: reorganizar horários, passagens de ônibus, depender de alguém aqui reagendar compromissos. E Gabriel de mau humor...
O lanche da escola, a mochila nova do homem aranha - lembrar que só serve com rodinhas -, a mensalidade de um mês não estudado, os livros que vão ficando mais caros a cada série. E por que mesmo ele estava de mau humor? A gente nem tentou explicar a ele porque no próximo ano ele vai ser auto didata, deixa estar...
Aí, não satisfeita com a viagem de meus pensamentos, ainda lembrei do susto que tomei há duas semanas buscando informações sobre um mestrado na Universidade Católica de Salvador. Cansei de levar pau da Ufba e Uneb e resolvi pagar meu curso. Quando a criatura do outro lado do telefone me deu o valor das últimas mensalidades: cerca de R$ 1.100,00. Por que educar é tão custoso nesse país? Imagina! São dois anos de curso. Ao final, li, escrevi, estudei um pequeno apartamento!
E vim no caminho de casa pensando como explicar a Gabriel todo esse processo. Mas pra que? Um dia ele descobre como eu – e, sobretudo, a mãe dele – que era feliz e não sabia...
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