Salvador foi indicada como uma das cidades a sediar um jogo de Copa do Mundo no campeonato de 2014. Para minha felicidade – e, devo confessar, surpresa – já ouvi muitos comentários em ponto de ônibus nos quais as pessoas se mostravam indignadas ou pouco favoráveis a essa escolha. Comecei a ver os pontos de ônibus como termômetro social. Não há lugar melhor pra saber o que o povão anda pensando!
Em geral, o pensamento é: “se esse dinheiro podia vir para melhorar transporte, turismo, segurança, por que é que não veio antes?”. Creio ainda que essa incógnita esteja na cabeça de brasileiros em outras cidades!
É chover no molhado dizer que futebol movimenta, e muito, a economia. Essa semana ouvi que o passe de Kaká pode custar uns eurosinhos. Nove milhões por ano para o bambino, livres. Benza Deus! O pobrezinho do Berlusconi, primeiro ministro italiano e dono do time no qual o jogador integra o elenco, o Milan, disse não ter como cobrir a oferta do outro time, o espanhol Real Madrid. Uma lástima!
Gosto de futebol. Sério. Mas não sou fanática! Acho que outras coisas deveriam ser prioridade nas preocupações daqueles que dirigem o município, o estado, a nação. Fato é que já começaram as obras em muitas das 12 cidades escolhidas “no país do futebol”. Me consola saber que não vão poder fazer nada meia boca, construir com areia da praia, ou coisas comuns do gênero por aqui, afinal, os olhos do mundo estarão voltados para cá. E, fala aí, ia ser muito feio ver europeu desmoronando de arquibancada, né não?
Não alimento ilusões. Nem grandes, nem pequenas. A Copa vai passar e levará consigo a segurança, a estrutura melhor de transporte e turismo. Vão sobrar, aos nativos, os templos futebolísticos com as portas fechadas e a volta da realidade precária!
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