sábado, 13 de junho de 2009

Mais perto que pensamos

A gente vê na TV, nos noticiários e não quer acreditar que esteja tão perto. Mas casos de violência estão cada vez mais próximos. Ainda ontem recebi a notícia de um amigo que teve a irmã assassinada. Foi uma chacina ocorrida entre a cidade paulista de Guarulhos e a capital. Ela tinha envolvimento com drogas. Não a conhecia, mas fiquei triste por ele. Está arrasado!

Fico pensando num porquê. Pessoas que tiveram boa educação, acesso à cultura, boas escolas, comida, roupas caras, atenção. Por que se metem nisso? Quando ouço o argumento da curiosidade, lembro de mim mesma. Não era difícil, quando mais jovem, ter acesso a drogas ou armas. Nunca sequer pensei.
Preciso admitir que não tinha tempo pra pensar nessas coisas. Estudávamos a umas duas horas de casa, o que nos obrigava a sair muito cedo e, na volta, já no começo da tarde, o tempo era curto para as atividades escolares, as poucas tarefas de casa e o reforço escolar. Quando víamos, já era hora de ir para cama descansar e recomeçar a labuta.

Aos finais de semana, a brincadeira só começava após os deveres da escola. Sempre muitos. Depois casa da vovó com todos os outros primos. Uma farra! Que tempo pra pensar besteira que nada. Eu queria era brincar e curtir. Nunca tivemos muitos brinquedos. Era – quase – tudo na base da imaginação! Pau, pedra, lata, caixa de ovos, caixas de fósforo! Tudo virava instrumento de fantasias.
Talvez isso! Está tudo tão às mãos. Essa molecada não tem trabalho de pensar nada. Essa ferrugem encefálica pode ser um argumento, uma resposta. Mas como explicar os que não têm acesso adentrando esse mundo também? Iludidos pela idéia de se dar bem, acho. Consumidores, talvez para impressionar e quando se dão conta, estão num buraco sem fim. Famílias destruídas.

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