Há muita coisa a se analisar com a morte de Michael Joseph Jackson. Como há muita coisa a se analisar com a morte de qualquer ídolo, com a morte de pessoas que por algum motivo irracional, acreditamos vão viver para sempre. Assim o foi – creio – com Elvis, o presidente Getúlio, mais para os nossos dias, Senna. Da mesma forma devam ser a morte da mãe, do pai, da avó.
Sem entrar no mérito do artista Michael, o conjunto de sua obra incontestável, sua vida pessoal atribulada com escândalos variados. É impossível ainda não pensar no sentimento que talvez o tenha acompanhado: morrer sozinho mesmo tendo milhões de pessoas ao redor do mundo que o idolatravam.
Me dei conta que conheço mais que pensava a julgar pelos clips editados nas coberturas desde ontem. No final da infância e começo da adolescência morando no mesmo lugar, havia um vizinho que morava um andar abaixo. Era fã de Michael. Tinha muitos vinis e insistia em compartilhar tocando nas alturas. Mesmo sem ver o clip, Thriller me assombrava. Aquela risada macabra deu o tom a muitos pesadelos. Mas nem tudo era ruim: por muitos anos dancei as baladinhas de Jackson em muitas festas.
Acho que esse é o aspecto que a gente deva dar à morte: as lembranças de quem nos deixa. Rir das coisas engraçadas, dos sustos passados. Falar das teimosias e birras. Ter saudades dos bons momentos, sem melancolias. É complicado às vezes. Exatamente no começo, quase sempre. Mas, o que nos resta fazer? E não é esta a única certeza que temos na vida?
Imagem: BBC na net
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