Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento
No planalto central do país...
Viva a bossa sa, sa
Viva a palhoça ça, ça, ça, ça...
O monumento é de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde atrás da verde mata
O luar do sertão
O monumento não tem porta
A entrada é uma rua antiga, estreita e torta
E no joelho uma criança sorridente, feia e morta
Estende a mão...
Viva a mata ta, ta
Viva a mulata ta, ta, ta, ta...
No pátio interno há uma piscina com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina e faróis
Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E no jardim os urubus passeiam
A tarde inteira entre os girassóis...
Viva Maria ia, ia
Viva a Bahia ia, ia, ia, ia...
No pulso esquerdo o bang-bang
Em suas veias corre muito pouco sangue
Mas seu coração balança um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores ele põe os olhos grandes sobre mim...
Viva Iracema ma, ma
Viva Ipanema ma, ma, ma, ma...
Domingo é o fino-da-bossa
Segunda-feira está na fossa
Terça-feira vai à roça porém!
O monumento é bem moderno
Não disse nada do modelo do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno meu bem!
Que tudo mais vá pro inferno meu bem!...
Viva a banda da, da
Carmem Miranda da, da, da, da...
Um comentário:
humm... música da época em que Caetano valia a pena. Adoro! Olha só, momento revolucionário é amiga?
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