sábado, 19 de abril de 2008

360º

“Às vezes a vida parece tão injusta, não?” Quantas vezes já se disse isso? Não sei se é caso de justiça, mas é, no mínimo, curioso. Exatamente uma semana atrás estava comemorando a preguiçosa chegada de Vinícius Badaró. Como pequeno bom boêmio chegou pouco mais de meia-noite de sábado, quando Amigo Badaró e Dani preparavam as malas e sacolas pra cesariana. Acho que Vini não gostou muito da idéia, não. Caiu fora antes. Considerando que ainda tem aquela cara de joelho, peculiar de todo recém-nascido, ao menos as bochechas são do pai babão!

Dois dias depois, soube de uma amiga que havia perdido o bebê. Estava com pouco mais de dois meses de gravidez. Não foi planejado, mas a criança era muito bem-vinda! Lembrei de mim mesma. Há quase uma década passei por um aborto espontâneo, aos quatro meses de gravidez. Também não planejamos, mas estávamos curtindo. É uma hora em que nada do que é dito serve de consolo, em que a culpa é certa e é sempre nossa (em nossa cabeça). Isso porque ainda não falei do tratamento dispensado pelos médicos até que a gente prove que não provocamos nada.

Quando soube de Sandra imediatamente muita coisa ressurgiu. Tantas outras lembranças ficaram para trás. O fato em si, no entanto, não se apaga. Nenhuma mulher esquece o vínculo maternal por breve que seja. Não sei que tipo de mãe seria. Por certo muita coisa que tenho hoje ficaria em segundo plano, como a faculdade, por exemplo. Penso nas mulheres que não querem, rejeitam ou destratam seus filhos. Os agridem dentro do próprio ventre e, muitas vezes, carregam crianças deformadas pelo resto da vida por conta de tentativas de aborto mal sucedidas.

Ganhar, perder. Essas situações antagônicas encontram o tempo como única resposta ou refúgio. Para todos, entretanto, saúde é o importante. Para tentar de novo, para acompanhar, educar e ver crescer!

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