segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Tocando e seguindo em frente

Vinha voltando de Arembepe sábado à noite ouvindo a excelente interpretação de mano Caê pra jokerman. Não entendo bem a letra, apesar de falar inglês, as palavras não fazem sentido como unidade. Parece uma salada de frases soltas. Talvez por isso a melodia, os arranjos de Caetano, especificamente, mereçam mais atenção. Já teríamos no título uma tradução literal? Seria, acaso, um piadista? Sei lá. Mas, gosto da idéia de um “pássaro voar alto através da luz da lua.” Viajei em tantas coisas. A morte sempre nos obriga a isso, não? Rever coisas, atitudes, decisões.

Deixei os meninos relativamente bem. Quero dizer, se é que se pode dizer isso numa ocasião dessas. Em alguns instantes tínhamos a sensação que ela iria entrar pela porta normalmente reclamando que alguma coisa estava fora do lugar, que ainda não tinha molhado as plantas, pensando no que fazer pro almoço. Era como se a ficha não tivesse caído ainda. Pati, a mais velha, que virava mexia tinha uns arranca-rabos com ela, ainda não tinha chorado. Ficamos preocupados. E, no fim, estavam se organizando. Readequando os afazeres da casa.

Duas certezas, pensei: pra morrer, basta estar vivo. Já ouvi tantas vezes. A outra é que a vida segue seu fluxo. E é esse poder de superação que nos salva a todos e em variados momentos, nos diversos acontecimentos pela vida a fora. Lembrei de um dito que vinha num livro que ganhei quando fiz catorze anos, acho. O livro, azulzinho, de bolso, chamava-se instantes de reflexão – sabedoria. Era uma coletânea. As palavras eram: “deus dá o frio conforme a roupa.” É o tipo de coisa que agora pode não fazer sentido algum, mas dia após dia, quem sabe?

Me coloquei a disposição e estou monitorando meus amigos através de telefonemas. Sei que vão ficar bem, afinal, já dizia Bosco: “o show de todo artista tem que continuar!”

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